Dois estudos inéditos foram apresentados pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), neste sábado (30), na 11ª edição da Feira Pará Negócios, no Hangar - Centro de Convenções, em Belém: Monitor ODS Pará e Perfil Econômico Vocacional dos Municípios (PEV).
Cada levantamento aborda aspectos detalhados dos 144 municípios paraenses, mostrando características econômicas, ambientais e sociais. Os resultados já estão disponíveis para a população, em formato de revista eletrônica, no site da Fapespa ( https://www.fapespa.pa.gov.br/ ), e devem auxiliar os governos estadual e municipais no direcionamento de investimentos com ênfase no desenvolvimento.
Para Márcio Ponte, diretor de Estudos e Pesquisas e Análise Conjuntural, área responsável pelos levantamentos, “o Governo do Pará salta à frente, mais uma vez, com esses cases de sucesso, especialmente agora em que estamos às vésperas de uma COP (conferência mundial sobre mudanças climáticas) na cidade de Belém”. Apresentação dos estudos em sala do Hangar, onde é realizada a Feira Pará Negócios
Ainda segundo o gestor, é fundamental aproveitar momentos como a "Pará Negócios" ao considerar que, atualmente, para fazer negócios é importante conhecer a situação social e ambiental do município. “O Monitor ODS e a PEV são verdadeiros almanaques de informações sobre cada município do Pará”, afirma.
Monitor ODS- Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela Organização das Nações Unidas ( ONU), em 2015, como parte da Agenda 2030, traduzem um apelo global à erradicação da pobreza, à proteção do meio ambiente e à garantia de que a população mundial possa desfrutar de paz e prosperidade.
O Monitor ODS Pará foi desenvolvido considerando a necessidade de monitoramento dos avanços, em busca das metas da ONU. A ferramenta é inédita e atualizada anualmente, a fim de monitorar os ODS nos estados e municípios da Amazônia. O trabalho abrange, inicialmente, o Estado do Pará, visando localizar, georreferenciar e acompanhar o desenvolvimento da Agenda 2030.
O estudo utiliza a metodologia de indicador ODS, elaborada pela ONU e pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, mas com uma característica única: é metodologicamente adaptada para o bioma amazônico.
“Portanto, a metodologia criada pela Diepsac/Fapespa pode ser aplicada em todos os 772 municípios da Amazônia. Reunimos 96 indicadores que tratam de saúde, educação, infraestrutura, desigualdade, gênero e outros associados aos ODS. Estamos, portanto, diante do que talvez seja o único estudo do mundo neste nível de profundidade de informações e robustez, voltado para a região amazônica, com o levantamento do Pará”, explicou Márcio Ponte.
As edições do Monitor serão lançadas anualmente, tendo 2023 como base do levantamento. A ideia é tornar possível a comparação e o acompanhamento de cada indicador, para que até o ano de 2030 seja possível determinar o avanço de cada Objetivo. Ao acessar a plataforma, o usuário é capaz de acompanhar os avanços e entender quanto falta, estatisticamente, a cada município para que atinja as metas da ONU.
Márcio Ponte: metodologia pode ser aplicada em nos 772 municípios da AmazôniaCombate à pobreza- O Projeto Perfil Econômico Vocacional dos Municípios Paraenses (PEV) indica o maior potencial econômico de cada município paraense, e de cada uma das 12 regiões de Integração.
Os indicadores levantados estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente aos ODS 1, 2, 8, 9, 12 e 17, que têm como perspectiva acabar com a pobreza e a fome, em todas as suas formas, e estimular uma agricultura sustentável; garantir trabalho decente com crescimento econômico sustentável; modernizar a infraestrutura, promover o desenvolvimento da indústria; oportunizar modalidades de consumo e produção sustentáveis, e tratar dos mecanismos necessários para implementar a Agenda 2030.
“Esse trabalho é resultado do programa de governo do governador Helder Barbalho, considerando sua percepção de que os investimentos deveriam ser aplicados conforme a vocação de cada município, haja vista a pluralidade cultural, de bioma, social e cultural de cada cidade paraense”, disse Márcio Ponte.
A PEV foi criada para elaboração de um estudo individualizado sobre cada município, a fim de identificar suas potencialidades. A concretização da ideia levou quase um ano, e envolveu uma chamada pública para contratação de uma Organização da Sociedade Civil capaz de auxiliar na execução do projeto. O estudo já está na segunda edição e, em breve, terá sua mais nova versão lançada.
Novos cenários- Alguns dos resultados apresentados durante a Feira Pará Negócios foram surpreendentes, do ponto de vista econômico. “Um exemplo é quanto à associação popular da cachaça com o município de Abaetetuba, que de fato já foi um grande produtor da bebida. Porém, a PEV mostrou que essa economia está estagnada no município, e que agora é Benevides, na Região Metropolitana de Belém, que lidera a produção de cachaça no Estado”, informou Márcio Ponte.
Outro dado destacado foi do município de Medicilândia, na região da Rodovia Transamazônica, a maior produtora de cacau do Pará. “O que não se sabia antes da PEV é que Medicilândia é o maior produtor de banana do Pará. É um conhecimento que pode ajudar na tomada de decisão de políticas públicas. Por exemplo, com o Estado gerando incentivos para a produção de banana naquele município, e até incentivando o consumo dessa banana na merenda escolar”, ressaltou o diretor da Fapespa. Além de apresentar o estudo, a Fundação exibiu um vídeo sobre a linha do tempo do desenvolvimento do projeto do Perfil Econômico Vocacional dos Municípios Paraenses.
Divulgação- A plataforma do PEV pode ser acessada pelo site da Fapespa. Nela é possível visualizar o Relatório Analítico, Apresentação e Revista Eletrônica do Perfil Econômico Vocacional Municipal - elaborado para cada um dos 144 municípios, na forma de documento digital.
Compreende, respectivamente, análise técnica, apresentação em formato Power Point e publicação no formato de magazine, com linguagem acessível e uma síntese das informações constantes do relatório e da apresentação.
Há ainda 12 livros eletrônicos referentes a cada uma das Regiões de Integração do Pará e um Almanaque contendo a compilação, na íntegra, de todos os relatórios e apresentações, totalizando 447 produtos relacionados à economia de cada município paraense.
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