Uma palestra de conscientização sobre o tema abriu a campanha Setembro Verde no Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), localizado em Altamira, no sudoeste do Pará. Os assuntos foram apresentados pelo doutor Alfredo Abud Neto, coordenador da Central Estadual de Transplantes (CET), departamento vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), responsável por regular o processo de doação e transplante de órgãos e tecidos no Pará.
O objetivo da campanha do Hospital é propagar informações para profissionais e usuários do serviço de saúde sobre a importância de doar órgãos e incentivar as pessoas a conversarem com familiares sobre essa decisão.
Consegui a doação de um órgão saudável é o sonho de pacientes, no HRPT, principalmente, de quem faz hemodiálise. É o caso do Eliano Fernandes que, há 9 anos, faz três sessões por semana no Hospital Regional da Transamazônica. Aos 59 de vida, ele está na fila para conseguir um transplante de rim e aguarda ansioso pelo momento.
“Eu tenho muita esperança. Deus ainda vai realizar esse sonho grande que eu tenho. Para nós que vivemos aqui e fazemos três sessões de hemodiálise por semana, esse é o maior sonho de todos nós. Não somos presos pela justiça, mas somos presos pela saúde. A gente não pode viajar, fazer coisas que as outras pessoas fazem”, disse o paciente emocionado com a palestra de incentivo à doação de órgãos.
Os possíveis doadores surgem, geralmente, após o diagnóstico de morte cerebral. Os órgãos ainda são mantidos por meio de aparelhos, mas o paciente já não possui mais vida. Para que a doação seja efetivada, é necessária a autorização da família, permitindo que os órgãos sejam transplantados para outras pessoas que aguardam na fila.
Geane Villar também realiza sessões de hemodiálise no Hospital Regional da Transamazônica. Emocionada com a palestra e o envolvimento dos profissionais em divulgar o tema, ela lembra que a falta de informação e sensibilidade sobre a doação resultou no falecimento de sua mãe, que também fazia hemodiálise.
“Infelizmente minha mãe morreu na fila por um transplante. Isso porque muitas famílias não permitem a doação por questões de crença e isso deixa de salvar vidas. É importante conversar com nossos parentes, deixar claro que permitimos quando chegar o nosso momento. Esse é o maior gesto de amor que podemos fazer pelas outras pessoas. Isso é amor ao próximo”, expressou a dona de casa.
A campanha deste ano também marca o retorno da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), que realiza acompanhamento das famílias de pacientes com suspeita de morte cerebral e outras situações, sendo possíveis doadores. O objetivo é fazer que o Hospital da Transamazônica realize uma busca e atue na captação de órgãos para transplantes.
“Nós acreditamos que o Hospital Regional da Transamazônica é peça fundamental nesse processo de doação, captação e até mesmo realizar os transplantes aqui na cidade de Altamira. Hoje nós estamos recomeçando a CIHDOTT, constituída de uma equipe multiprofissional, formada por enfermeiros, corpo clínico e outros profissionais do próprio hospital que vão estar em busca ativa de possíveis doadores de órgãos e tecidos”, esclareceu Dr. Alfredo Abud Neto, coordenador da CET.
Durante este mês, a fachada do HRPT estará iluminada na cor verde, em alusão à campanha. Já na gestão do Instituto Acqua, esta é a primeira vez que o Hospital Regional da Transamazônica realiza o Setembro Verde.
Texto de Jonas Ribeiro / Ascom HRPT
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