As fraturas dos ossos fêmur (na coxa, entre o quadril e o joelho), úmero (no braço, da articulação do ombro até o cotovelo) e tíbia (na perna, entre os pés e os joelhos) são as principais causas de entradas na emergência de politrauma do Hospital Regional Vale do Jaguaribe (HRVJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em Limoeiro do Norte. Das fraturas que chegam pela urgência e emergência, elas representam 43% do total.
As fraturas de fêmur e úmero são as mais passíveis de complicações, principalmente de sangramento. Isso porque o tratamento geralmente é cirúrgico, com técnicas que incluem a fixação de próteses ou a utilização de dispositivos metálicos utilizados para sustentar o osso enquanto ele cicatriza. Além disso, podem ocorrer ainda infecções que podem afetar o local fraturado ou até mesmo todo o organismo.
Lucas Moreira, 26, reside em Quixadá e sofreu um acidente de moto no início deste mês de dezembro, em Banabuiú. Ele teve uma fratura de fêmur e da clavícula e vai realizar cirurgia no HRVJ. “Eu já passei por unidades de saúde em que eu não tive a atenção necessária, mas aqui sou tratado bem e acolhido como alguém da família. Me sinto em casa”, disse.
Lucas Moreira está internado devido a fraturas de fêmur e de clavícula
O médico ortopedista e traumatologista, Filipe Guedes, explica as complicações que podem surgir com as fraturas. Na de fêmur pode haver trombose e entupimento de artérias do pulmão. No caso dos idosos, o risco é aumentado devido à falta de mobilidade. “A prevenção com anticoagulantes e medidas de mobilização precoce é essencial para prevenir essas complicações. Além disso, alterações cardiovasculares devido à recuperação cirúrgica e à mudança no metabolismo podem aumentar condições pré-existentes, como insuficiência cardíaca ou arritmias. Pode ocorrer também a não consolidação e necrose óssea”, diz.
Filipe ainda explica que algumas complicações da fratura de úmero estão associadas às lesões neurovasculares como, por exemplo, em fraturas graves. A lesão do nervo radial é uma das complicações mais frequentes, levando à paralisia da extensão do punho e dos dedos. A maioria dos casos é reversível, mas pode requerer acompanhamento prolongado.
O coordenador de enfermagem da urgência e emergência do HRVJ, Állyson Henrique de Sousa, destaca que as fraturas de fêmur são mais recorrentes em idosos em decorrência de queda da própria altura, enquanto as fraturas de úmero são mais comuns em adultos jovens devido, justamente, a acidentes de trânsito.
“Em casos de fratura óssea por queda da própria altura, alertamos para cuidados muitas vezes simples, mas importantes, que exigem atenção da vítima e dos familiares e cuidadores. Sempre deixar ambientes iluminados, uso de calçados e tapetes antiderrapantes, como também cuidado com chão e superfícies molhadas, para evitar escorregões. Sobre as fraturas ocasionadas por acidentes automobilísticos, reforçamos o cuidado no trânsito, o uso de capacete e a prudência ao dirigir. Esse cuidado é social e deve ser de todos”, ressalta Állysson.
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