Hospital Ophir Loyola recebe evento do Instituto Oncoguia para reforçar apoio a pacientes

O Hospital Ophir Loyola (HOL) sediou, na quinta-feira (20), o Encontro Oncoguia de ONGs e Grupos de Apoio aos Pacientes com Câncer de todo o Brasil, com o tema “Juntos para Fortalecer, Encorajar e Guiar”. O evento fez parte da programação do Fórum Itinerante Oncoguia – Edição Norte, realizado no dia anterior (19), em Belém. A programação buscou ampliar o debate sobre o câncer e suas implicações no âmbito das necessidades locais, além de reunir diferentes segmentos e fomentar parcerias para melhorar o apoio a esses pacientes.

O encontro abordou temas como apoio psicossocial, acesso à informação sobre o câncer, tratamento e avanços na oncologia.

Segundo o diretor-geral do HOL, Heraldo Pedreira, o evento “é essencial para integrar ainda mais a rede de apoio aos pacientes oncológicos, e contribuir para o avanço das políticas de saúde no Estado e no País”. “Esse diálogo é fundamental para que possamos fortalecer as políticas públicas de saúde, melhorar o atendimento aos pacientes oncológicos e incentivar a colaboração entre instituições e grupos de apoio", afirmou o diretor .

Propor soluções- Fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, organização sem fins lucrativos que presta apoio e informação a pacientes com câncer, Luciana Holtz destacou que “a iniciativa reúne organizações da sociedade civil, profissionais da saúde, gestores hospitalares, autoridades locais e pacientes com o objetivo discutir os principais desafios enfrentados pelos pacientes oncológicos em diversas regiões brasileiras, e propor soluções concretas para melhorar a qualidade de vida e o acesso a tratamentos”.

Até o final deste ano, o Brasil deve registrar mais de 700 mil casos novos de câncer, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo o Instituto, o tipo de tumor maligno mais prevalente é o câncer de pele não melanoma, responsável por 31,3% dos casos. Na sequência, estão o câncer de mama feminino (10,5%); câncer de próstata (10,2%); cólon e reto (6,5%); pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

Nos homens, o câncer de próstata é o mais comum em todas as regiões, com estimativa de 72 mil novos casos anuais no triênio 2023-2025, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Entre as mulheres, o câncer de mama é o de maior incidência (superado apenas pelo de pele não melanoma), com a previsão de 74 mil novos casos por ano.

Apoio da Sespa- A superintendente do Instituto de Oncologia (SIO), Ana Paula Borges, ressaltou que os principais desafios são as longas distâncias enfrentadas pelos pacientes oriundos de regiões de difícil acesso, algumas só alcançadas por barco ou avião, dificuldades amenizadas pelas políticas de saúde pública estadual.

“Graças ao protocolo da Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) ao fortalecimento da atenção primária e à reorganização do rastreamento em quatro macrorregiões conseguimos um encaminhamento mais eficiente, permitindo que os pacientes ingressem no sistema mesmo enquanto aguardam a biópsia. Isso é fundamental para aqueles que residem em áreas mais remotas. Como resultado, conseguimos reduzir transferências desnecessárias e aumentar a visibilidade sobre o fluxo de pacientes”, afirmou a cirurgiã oncológica.

Diálogo- Ioná Santana, coordenadora do grupo de apoio "Laços de Amor", destacou a importância do diálogo entre os participantes, que compartilharam experiências e desafios no cuidado a pessoas com câncer. “O encontro orientou sobre direitos e deveres, e como lidar com os desafios impostos pela doença. E vamos replicar essas informações com as mais de 100 mulheres que integram o nosso grupo”, informou.

Adriana Silva, 38 anos, está em tratamento no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, e coordena o grupo de apoio "Mulheres Vitoriosas", que reúne 180 pacientes em tratamento oncológico. "Buscamos constantemente mais informações para apoiar essas mulheres em todos os aspectos sociais e emocionais. Nosso objetivo é oferecer acolhimento, disseminar informações, promover encontros e incentivar a continuidade do tratamento, sempre com foco na qualidade de vida e na recuperação da saúde delas", ressaltou.