Lançado em junho de 2024, o Projeto Poly surgiu da necessidade de ampliar e facilitar o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. Antes disponível apenas de forma presencial, o registro da ocorrência e a solicitação da Medida Protetiva de Urgência, agora, podem ser feitos virtualmente, proporcionando mais acessibilidade e agilidade no atendimento.
Segundo a responsável pelo projeto, delegada Clarissa Lobo, a iniciativa funciona como um facilitador para que as vítimas tenham acesso à medida protetiva de maneira mais rápida e prática. “Criamos um caminho para que a mulher chegue até a medida protetiva à qual já tinha direito, sem precisar, necessariamente, se deslocar até um local físico. Somos os facilitadores para que ela possa alcançar esse direito que já tinha”, enfatiza.
Inspirado na Delegacia Virtual da Mulher de Brasília, o Projeto Poly traz um diferencial importante, de acordo com o coordenador do Núcleo de Modernização e Inovação Tecnológica (NUMIT), investigador Marco Antônio. “Seguindo nosso protocolo, fazemos a gravação de videochamada em atendimento com a vítima, coletamos todas as provas produzidas por ela, sejam fotos, áudios ou vídeos, contanto que provem que os crimes foram cometidos, e enviamos para o Judiciário, que vai analisar o caso”, destaca.
O projeto faz parte de uma rede de proteção à mulher, esta que, muitas vezes, se vê sozinha nesses casos. O atendimento virtual é realizado por uma equipe composta exclusivamente por mulheres. O registro funciona 24 horas e a vítima pode escolher o horário que lhe for mais conveniente para o atendimento. No entanto, é importante ressaltar que o agendamento segue um horário específico: pode ser feito das 7h até 00h, de segunda a segunda.
Desde a implementação, já foram registrados 261 casos de mulheres vítimas de violência doméstica, abrangendo 35 municípios sergipanos. Algumas dessas vítimas foram atendidas mesmo estando em outros estados do país e até mesmo no exterior, sendo que 95% das medidas protetivas solicitadas foram deferidas, mostrando a eficácia do projeto no amparo às mulheres em situação de violência.
Apesar do atendimento ser realizado de qualquer lugar do Brasil ou do mundo, um critério importante é que a vítima precisa ser sergipana. “Os crimes ocorrem em Sergipe e são de atribuição da polícia e do Judiciário do estado. O atendimento é realizado independentemente de a vítima estar ou não em Sergipe, já que o processo é totalmente virtual, e não exige que ela compareça à delegacia para fazer a solicitação”, reforça a delegada.
O protocolo de atendimento do Poly é realizado em fases, de forma totalmente virtual, por meio do site da Delegacia Virtual da Mulher. Para acessar o passo a passo detalhado sobre como solicitar atendimento e registrar uma ocorrência acesse o site portalcidadao.ssp.se.gov.br/DelegaciaVirtual
Mín. 19° Máx. 31°