A última infecção do trato urinário na UTI foi notificada há dois anos, em junho de 2022
O Hospital São José (HSJ), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), zerou o índice de infecções do trato urinário (ITU) associadas ao cateter vesical de demora na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Esse dispositivo tem a função de eliminar a urina quando a pessoa não consegue fazer isso de forma espontânea. A última infecção do tipo foi registrada há dois anos, em junho de 2022.
Para alcançar essa marca, a UTI realiza uma série de estratégias de prevenção aplicadas tanto no momento da inserção do cateter quanto na manutenção do dispositivo, chamada de “Bundle de Prevenção de ITU”.
A coordenadora de Enfermagem da UTI, Luciana Fragoso, atribui esse resultado à ação combinada de boas práticas em saúde associadas a dispositivos invasivos. “Todo dia, a equipe avalia se o fluxo de urina está livre, se foi feita a higienização do meato urinário e se o paciente precisa ainda daquele cateter, pois quanto mais dias ele passa com o cateter, mais propensão ele tem à infecção”, explica.
Essas medidas são implementadas na unidade de terapia intensiva desde 2018 e vêm sendo aprimoradas ao longo dos anos, inclusive com o apoio do projeto Saúde em Nossas Mãos, do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). A iniciativa teve como objetivo reduzir em 30% as infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) em UTIs do SUS, de 2021 a 2023.
Equipe multidisciplinar recebe certificado de honra ao mérito do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)
Em reconhecimento ao êxito no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras), o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do HSJ conferiu certificado de honra ao mérito à equipe multidisciplinar da UTI. A coordenadora do SCIH, Evelyne Girão, destaca que a infecção do trato urinário é responsável por 35% a 45% das Iras em pacientes adultos hospitalizados.
“A UTI também tem grande potencial preventivo e está relacionada, na maioria dos casos, ao uso de cateter vesical demora. Cerca de 16% a 25% dos pacientes de um hospital serão submetidos a cateterismo vesical — de alívio ou de demora — em algum momento de sua hospitalização, correndo risco aumentado de desenvolver uma infecção do trato urinário”, ressalta.
Para a técnica de Enfermagem da UTI, Cláudia Maria Sousa, que atua no HSJ há seis anos, a marca de dois anos sem esse tipo de infecção traz grande satisfação e alegria. “Estamos fazendo o certo e recebemos a prova de que estamos fazendo o certo. Cada vez que acontecem essas homenagens, nós nos animamos para fazer melhor ainda”, celebra.
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