A Maternidade Odete Valadares (MOV), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) completa, neste mês, 70 anos de serviços prestados à população. Referência estadual em gestação de alto risco e reconhecida por seu trabalho com bebês prematuros, a unidade realiza uma importante missão com o seu Banco de Leite Humano em todo o estado e já chegou a ser premiada internacionalmente pelo Método Canguru. Somente em 2024, a MOV atendeu quase 21 mil usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) no pronto atendimento e realizou mais de 23 mil consultas, 7 mil internações, mais de mil cirurgias e 3.210 partos.
Nos últimos seis anos, o Governo de Minas investiu mais de R$18 milhões na maternidade. O investimento rendeu a reforma da neonatologia, com 45 leitos para recém-nascidos, obras que contemplam o sistema de telhamento dos prédios assistenciais e compra de equipamentos e mobiliários.
A unidade também teve aumento de 70% na oferta para pré-natal de alto risco e automatizou o processo de doação de leite materno, facilitando ainda mais para as mães que desejam doar seu excedente de leite aos bebês prematuros internados.
Cuidado por gerações
Helen Cristina dos Santos teve sua filha na maternidade em abril de 2003. Uma gravidez de risco, por conta da diabetes, que acabou resultando em uma pré-eclâmpsia. E quase 20 anos depois, sua filha Maria Eduarda dos Santos Campos deu à luz Helena na mesma maternidade. “Minha experiência foi excelente. Meu parto foi muito tranquilo. As enfermeiras foram muito educadas e atenciosas. Cheguei, inclusive, a doar para o banco de leite, onde também recebi muito conforto e dicas de amamentação”, conta.
Karen Ferreira de Paula também planeja ter sua filha na unidade. Ela vem fazendo seu pré-natal na MOV e as 36 semanas e cinco dias de gestação necessitou de uma internação de emergência, devido a alterações nos seus batimentos cardíacos. “As equipes médicas e de enfermagem são muito atenciosas e cuidadosas”, elogia.
Projetos
De acordo com a diretora da unidade, Raquel Mariz Martins, nos próximos anos podem ser esperadas ainda mais melhorias. “A curto prazo, pretendemos concluir o sistema de telhamento, além de fazer uma reestruturação e revitalização do prédio assistencial, que é tombado”, afirma.
Ela destaca também a consolidação do recém-inaugurado Serviço de Medicina Fetal como referência em Minas e de uma comunicação ainda mais eficiente durante a realização do pré-natal de alto risco, por meio dos cursos para as gestantes e seus acompanhantes, ministrado por equipe multiprofissional.
A diretora ressalta ainda a inauguração do Complexo de Saúde Hospital Padre Eustáquio (HoPE), do qual a MOV fará parte. “Teremos um parque tecnológico moderno, com instalações adequadas e robustez de recursos humanos, já que estaremos juntos a outras unidades assistenciais da Fhemig”. Com serviços 100% gratuitos, o HoPE será a unidade pública mais moderna do país, reunindo cinco linhas de cuidado – oncologia, infectologia, pediatria, hematologia, maternidade e saúde da mulher – e o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen/MG).
História
Inaugurada em 1955, a MOV inicialmente funcionou exclusivamente como “casa de parto”, passando a pronto-socorro obstétrico e ginecológico somente em 1980. Em 1986, ela se tornou referência para gestação de alto risco e inaugurou o Banco de Leite Humano, também referência em Minas, com o objetivo de incentivar o aleitamento materno e reduzir a mortalidade infantil. Em 1991, a unidade passou a integrar a Fhemig.
Além do ambulatório de pré-natal de alto risco e de especialidades médicas e multiprofissional, a unidade realiza um importante serviço de atendimento multidisciplinar às mulheres vítimas de violência sexual e serviço de medicina fetal. Também conta com a casa da gestante, bebê e puérpera, curso para gestantes e equipe de cuidados paliativos.
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