A Secretaria de Estado da Saúde (SES) apresentou o protocolo de abordagem ao infarto agudo do miocárdio (IAM) para gestores de unidades que integram a rede estadual de saúde situadas na Grande Ilha. Durante o encontro, nesta segunda-feira (20), no auditório do Conselho Regional de Medicina (CRM), foi detalhada a estratégia que tem como objetivo garantir atendimento especializado às pessoas com sinais e sintomas de IAM de forma a reduzir os indicadores de óbito para a condição médica grave.
"O protocolo de abordagem ao infarto agudo do miocárdio é destinado à população que tem fatores de risco para complicações cardiovasculares, que cursam com evento agudo de infarto agudo do miocárdio. A iniciativa traz um impacto tremendo, implicando na chance de vida para as pessoas acometidas pela doença, garantindo assim assistência correta em tempo hábil, com o mínimo efeito colateral possível", afirmou a superintendente de Assistência à Saúde da SES, Luciana Albuquerque.
O protocolo será implementado, inicialmente, em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) situadas na Grande Ilha, como Vinhais, Cidade Operária, Parque Vitória, Paço do Lumiar, Itaqui-Bacanga e Araçagi, além do Hospital Geral da Vila Luizão – As unidades integram a rede estadual de saúde do Maranhão.
Nessas unidades a população contará com o suporte técnico de uma equipe. Uma vez confirmado o IAM, os pacientes serão referenciados para o Hospital Dr. Raimundo Lima (Monte Castelo) e o Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), que receberá as demandas de maior complexidade e que necessitarem intervenção cirúrgica.
De acordo com dados da Plataforma Monitora Saúde Maranhão, no estado, 38.24% das pessoas (proporção para cada 100 mil habitantes) que sofrem IAM evoluem para óbito e entre as principais causas estão a demora na procura da assistência ou assistência inadequada após a confirmação do IAM. Ainda segundo dados da plataforma, a faixa etária onde a condição médica grave mais acontece é entre pessoas com 70 anos ou mais, seguida daquelas com idade de 60 a 69 anos.
Segundo o cardiologista e diretor clínico do Hospital Dr. Raimundo Lima, Tiago Medeiros, a iniciativa também funcionará como elemento norteador. "A implantação do protocolo irá direcionar, principalmente, o atendimento emergencial daqueles pacientes com infarto agudo com supra de ST, ou seja, com alteração no eletrocardiograma o que pode indicar um infarto agudo do miocárdio. Por ele demandar tempo, isso acaba por impactar diretamente tanto na mortalidade, como na sobrevida desse paciente. Com isso, essas pessoas vão ser atendidas dentro de um tempo necessário a fim de evitar óbito e sequelas".
Além do protocolo de abordagem ao infarto agudo do miocárdio, a rede estadual de saúde já conta com protocolo de dor torácica/síndrome coronariana aguda. A estratégia de atendimento tem como público alvo hospitais macrorregionais e regionais da rede estadual de saúde, bem como as UPAs, diretores clínicos, médicos e enfermeiros assistenciais.
Para o médico intensivista Felipe Amado o protocolo visa normatizar o atendimento dos pacientes com infarto que dão entrada nas UPAs. "O protocolo visa dar celeridade e organizar o atendimento de casos específicos do infarto, com assistência ágil e certeira através de pontos de decisões que ajudarão a reperfundir, ou seja, restaurar, a artéria coronária do paciente nos primeiros momentos". Reperfusão ou reperfundir é um termo diz respeito à restauração do fluxo sanguíneo após um período de isquemia.
Na próxima fase, a SES deverá expandir a estratégia também para unidades porta aberta do estado situadas no interior do Maranhão. A previsão é que o protocolo seja implementado nas regiões de Imperatriz, Presidente Dutra e Codó.
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