O Ceará possui 22 Policlínicas Regionais, que fazem atendimento especializado (Foto: Arquivo Sesa)
Trazer mais rapidez para o diagnóstico dos pacientes, a partir da ampliação do acesso a exames e consultas com médicos especialistas. Esse é o objetivo principal do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), do Governo Federal. E o Ceará é um dos primeiros do país a aderir à iniciativa, com a participação de 100% dos municípios.
Nesta terça-feira (7), o secretário de Atenção Especializada do Ministério do Saúde, Adriano Massuda, esteve em Fortaleza para discutir os detalhes do programa, em reunião com a secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho. O encontro contou com os gestores da Sesa, do Ministério da Saúde, com o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems-CE), Rilson Andrade, e com a secretária da Saúde de Fortaleza, Socorro Martins.
Uma das razões para o pioneirismo do Ceará é a estrutura estabelecida das policlínicas regionais. “Percebemos que o Ceará tem potencial para ser uma referência para o Brasil porque essa reorganização precisa ter uma forte articulação com a Atenção Primária. Apostamos que iremos aprender muito juntos”, disse Adriano Massuda.
Nesta terça-feira (7), o secretário de Atenção Especializada do Ministério do Saúde, Adriano Massuda, esteve em Fortaleza para discutir os detalhes do programa (Foto: Fátima Holanda)
Com a adesão de todos os municípios cearenses, o PMAE busca qualificar o cuidado e o acesso às consultas e exames especializados, a partir do encaminhamento das equipes de Atenção Primária. Inicialmente, o programa irá atender cinco especialidades: oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. A ideia é que o diagnóstico do paciente seja dado em até dois meses.
Para a titular da Sesa, Tânia Mara Coelho, além de beneficiar os pacientes, o programa também irá contribuir para um melhor uso dos recursos. “Com a maior rapidez nas consultas e exames, há a possibilidade de que aumente também o número de cirurgias porque vamos diagnosticar mais. Mas, isso também poderá ser uma economia, porque o paciente vai se tratar mais cedo, evitando complicações”, disse.
Segundo a gestora, a Sesa organizou planos de ação regionais, com núcleos gestores e de regulação de pacientes e a participação das policlínicas regionais, dos hospitais prestadores e dos hospitais regionais. “Teremos acompanhamento e monitoramento em tempo hábil, como foi com o programa de cirurgias”, destaca.
A secretária também ressaltou a importância do alinhamento com os secretários municipais de Saúde para a adesão ao programa. “Queremos destacar que isso só foi possível porque tivemos um grande alinhamento com os municípios”.
De acordo com o presidente do Cosems-CE, Rilson Andrade, as expectativas para a aplicação desses recursos nos municípios são as melhores possíveis. “Esse é um recurso novo e as pactuações já foram previamente aprovadas. Com isso, os secretários poderão aplicar na área especializada”, explica.
O Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE) modifica o sistema de atendimento por linhas de cuidado. O paciente passa a receber uma Oferta de Cuidados Integrados (OCI) — um conjunto de serviços que inclui consultas, exames e diagnóstico — e, em seguida, é encaminhado para o tratamento. Tudo isso em uma fila única.
O programa tem investimento global de R$ 2,4 bilhões para 2025 em todo o Brasil.
Com a proposta de reduzir o tempo entre a consulta e o início do tratamento, a expectativa é de que em casos de câncer, por exemplo, em que o diagnóstico precoce faz toda a diferença, o paciente esteja pronto para iniciar o tratamento em até 30 dias a partir da consulta inicial. Nas demais especialidades esse prazo é de no máximo 60 dias.
As policlínicas regionais têm atendimento multiprofissional e com várias especialidades médicas: Clínica Geral, Cardiologia, Ginecologia, Mastologia, Cirurgia Geral, Gastroenterologia, Urologia, Traumato-Ortopedia, Angiologia, Endocrinologia e Neurologia. Contam ainda com apoio técnico de Enfermagem, Farmácia Clínica, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia.
Ao todo, são 22 unidades no Estado, instaladas em Maracanaú, Baturité, Tauá, Camocim, Acaraú, Brejo Santo, Aracati, Itapipoca, Russas, Crateús, Quixadá, Caucaia, Sobral, Campos Sales, Pacajus, Barbalha, Tianguá, Icó, Iguatu, Limoeiro do Norte, Crato e Canindé.
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