Marcado por chuvas intensas na região Norte do país, o inverno amazônico, que inicia em dezembro e se estende até o mês de maio, tem grande incidência de síndromes respiratórias, e doenças virais, destaca a equipe de profissionais de Saúde do Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo (PSRM), na avenida Augusto Montenegro, em Belém. Em razão disso, os profissionais alertam para cuidados redobrados para se evitar adoecimentos nessa época chuvosa no Pará.
Na lista de problemas de saúde mais comuns, nessa época, estão também as doenças infecciosas e arboviroses e as complicações de doenças crônicas pulmonares. Desde dezembro e neste, início do novo ano, já se percebe um número maior no atendimento de urgência no Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo, com casos, por exemplo, de pneumonia virais, causadas por influenza, vírus sincicial respiratório e a covid-19.
Antônio Wirley Dantas, 24 anos, morador do bairro Tapanã, chegou ao PSRM com tosse e dores fortes no tórax. Após consulta, o paciente ele realizou exames para melhor identificação do problema.
"Estou aqui só esperando o resultado do exame mas, pelo o que o médico suspeitou, pode ser pneumonia. A dor no peito é grande, e também estou com muita tosse. Começou com tosse, porque entrei na chuva e não me cuidei direito, agora estou assim. Quase certeza que é pneumonia", disse Antônio Dantas.
Conforme informações da equipe Assistencial do PS, as infecções por vírus sincicial respiratório são basicamente as mesmas de uma gripe ou resfriados causados por outros vírus, como o coronavírus ou a influenza. O paciente pode começar a sentir o nariz entupido, sentir apatia e comer menos. Esse quadro pode evoluir para tosse e dificuldade respiratória.
Há também o aumento de casos de arboviroses como dengue, zika e chikungunya, que ocorrem por meio da picada de mosquitos.
De acordo com a médica infectologista do Pronto-Socorro estadual, Natália Rodrigues, a mudança climática e o aumento do período de chuvas, favorecem a circulação de vírus respiratórios e, consequentemente, o aumento de casos de doenças que acometem a via respiratória.
“Não podemos esquecer das arboviroses, como a dengue, também causadas por vírus, mas transmitidas por mosquito (Aedes aegypti) que podem se desenvolver em áreas de água parada”, acrescenta a especialista.
Para o fortalecimento do sistema imunológico, visando evitar maiores complicações do estado clínico de saúde e para auxiliar na diminuição do tempo de recuperação de pessoas acometidas por elas, a médica diz que a população precisa tomar algumas atitudes preventivas.
“Cuidar do ambiente, evitando deixar água parada para não propiciar o surgimento de mosquitos causadores de arbovírus; vacinação em dia e boas práticas de saúde como: sono e ingestão hídrica; evitar ambientes aglomerados e com pessoas doentes, além de alimentação adequada, são essenciais para o enfrentamento dessas doenças com grande incidência no período do inverno amazônico”, orienta a infectologista.
De acordo com a nutricionista Clínica do PSRM, Jacileide Ribeiro, a alimentação saudável é fundamental para auxiliar no fortalecimento do sistema imunológico, combater e evitar maiores complicações causadas por viroses.
"Devemos considerar a importância de manter uma dieta equilibrada, composta por alimentos in natura e minimamente processados, obtidos diretamente de plantas ou animais como: arroz, feijão, frutas, hortaliças, oleaginosas, carne bovina, peixes, frango, ovos e leite. enfatiza a nutricionista. Beber água regularmente é fundamental para que nosso organismo funcione corretamente. Precisamos de no mínimo 2 litros de água todos os dias; isso vai auxiliar no fortalecimento do sistema imunológico", enfatiza a nutricionista.
Alimentação saudável
A nutricionista aconselha a inclusão diariamente, na alimentação, de 3 porções de frutas por dia, no desjejum, lanche da manhã e como sobremesa do almoço. Ela diz que verduras também são essenciais no fortalecimento do sistema imunológico. "Consumindo 2 porções de salada ppr dia, crua ou cozida, distribuídas durante o almoço e no jantar, as pessoas ficarão mais preparadas, caso seja necessário enfrentar as viroses deste período", diz a profissional.
A nutricionista orienta o consumo de feijão 5 vezes na semana. Já com relação à carne branca e magra. Jacileide Ribeiro sugere o consumo do alimento 4 vezes na semana, e 2 vezes quando a carne for vermelha e magra, e consumo diário de soja. Para completar a receita da dieta especial para fortalecimento da imunidade, ela sugere uma porção diária de mix de castanha do Pará, castanha de caju, nozes e amendoim no lanche da tarde.
"Realize as refeições em ambientes tranquilos, em horários regulares e evite jejum prolongados. Como nem sempre conseguimos evitar as doenças deste período, para ter uma recuperação mais rápida, oriento que as refeições sejam compostas por alimentos ricos em fibras, proteínas, vitaminas A, D, E, C, B e minerais como zinco, magnésio e selênio, que desempenham papéis importantes e complementares no apoio ao sistema imunológico. Importante ter repouso e dormir pelo menos 8h por dia", conclui a nutricionista.
As orientações das profissionais do PSRM são relevantes não só para pessoas que são acometidos por essas doenças doenças sazonais. De acordo com a médica infectologista, nesta época do ano, as pessoas com doenças pulmonares crônicas tendem a ter piora no quadro de saúde. "Pessoas que apresentam doenças pulmonares crônicas podem, nesse período, apresentarem descompensação do quadro respiratório. Portanto, é importante o uso de máscaras se forem para ambientes fechados, com baixa circulação de ar, e manter bons hábitos. A boa notícia é que, normalmente, esses problemas de saúde relacionados ao inverno amazônico são reduzidos a partir de março", garante a médica infectologista, Natália Rodrigues.
Serviço:
O Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo integra a rede hospitalar estadual do Governo do Pará, e funciona em regime de plantão 24h. A unidade de saúde fica na avenida Augusto Montenegro, s/n, no bairro Parque Verde, e tem administração do Instituto Acqua, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Texto de Joelza Silva / Ascom PSRM
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