Trinta famílias das ilhas de Limoeiro do Ajuru, no Baixo Tocantins, assentadas da reforma agrária, comemorarão Natal e Ano Novo com o cadastro nacional da agricultura familiar (Caf) em mãos. Essa conquista só foi possível graças aos atendimentos do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater).
Fundamentais para o acesso formal a qualquer política pública do segmento da agricultura familiar, os documentos serão entregues, na próxima sexta-feira (20), com o objetivo imediato de crédito rural para os moradores das comunidades Rio Cacajuí, Rio Japinzinho e Rio Sete Ilhas manejarem açaizais nativos.
Com liberação de recursos prevista para até fim de janeiro de 2025, os projetos de crédito rural elaborados pela Emater serão enquadrados na linha A do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), no valor individual de R$ 50 mil, pelo Banco da Amazônia (Basa).
CAFS
No começo do mês de dezembro, a Emater já entregara outros 60 cafs a extrativistas das margens do rio Anajás.
Além de um caminho para o crédito rural, os cafs constituem-se como exigência para outros benefícios voltados às populações campesinas, como aposentadoria rural, ante o Instituto Nacional de Seguraridade Social (INSS), e Minha Casa, Minha Vida Rural (MCMVR), ante o Ministério das Cidades (MCid).
De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Limoeiro do Ajuru, o técnico em agropecuária e engenheiro agrônomo Edir Antônio Queiroz, especialista em Sistemas Agroflorestais (Safs), o caf é antes de tudo um registro de cidadania: “O caf identifica, reconhece, valoriza e abre portas”, resume.
No caso de crédito rural, o resultado de manejo de açaizal nativo repercute de forma direta na qualidade de vida amazônica: “ O Pronaf A é uma injeção financeira sem igual - com subsídio de 40%, três anos de carência, prazo de sete anos para quitação. Possibilita ao extrativista melhorar financeiramente, com sustentabilidade socioambiental. Depois de dois anos de intervenção de manejo, já é o pico de produção. Fora que as famílias acabam contratando mão-de-obra comunitária para o trabalho braçal, o que faz a economia circular e contempla todo o entorno”, aponta.
Texto de Aline Miranda
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