A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador da Paraíba (Cerest-PB), em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), realizou, nesta quarta-feira (18), a abertura da Capacitação de Vigilância do Câncer relacionado ao Trabalho na Paraíba. O evento, que se estende até esta quinta-feira (19), no auditório do Fórum Maximiano de Figueiredo do Tribunal Regional do Trabalho - 13ª Região, em João Pessoa, tem como objetivo capacitar profissionais de saúde, de vigilâncias epidemiológicas e técnicos de diversos setores para identificar, prevenir e minimizar os casos de câncer relacionados ao trabalho.
Após a cerimônia de abertura, foi realizada uma apresentação do Programa Paraíba Contra o Câncer - iniciativa do Governo do Estado que visa promover o acesso a exames, diagnóstico e tratamento do câncer nos 223 municípios, de forma rápida e regionalizada. De acordo com a diretora-geral do Cerest-PB, Celeida Maria Barros, esse programa é de suma importância não só para auxiliar no processo de notificação dos casos de câncer ocupacional, mas também para viabilizar ao trabalhador o acesso ao tratamento e estadiamento da doença.
“Nós sabemos que vários tipos de câncer têm correlação com o processo de trabalho e esse treinamento, agora envolvendo os profissionais da rede de atenção oncológica, vai ajudar a discutir estratégias para mapear, reconhecer e notificar casos de câncer no ambiente de trabalho”, destacou Celeida, ressaltando que as notificações são necessárias para traçar o perfil dos trabalhadores com câncer, e, a partir disso, melhor elaborar as ações de enfrentamento desses casos.
A Paraíba registrou, no período de 2007 a 2022, sete casos de adoecimentos de câncer relacionados ao trabalho, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Segundo a tecnologista sênior da coordenação de prevenção e vigilância do câncer do Inca, Ubirani Otero, a insalubridade no ambiente laboral é uma das principais causas desse tipo de adoecimento.
“A precarização dos processos de trabalho aumenta a chance de desenvolvimento de câncer. “Mesmo em situação de troca de função, emprego ou aposentadoria, o trabalhador pode desenvolver câncer relacionado ao trabalho e apresentar sinais e sintomas da doença muito tempo depois”, frisou.
Além de representantes da SES e do Inca, a cerimônia de abertura contou com a presença de membros do Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB), do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Paraíba (Cosems-PB), do Centro de Referência da Detecção do Câncer na Paraíba (CEDC-PB), além de técnicos gestores de equipamentos de saúde das três macrorregiões do estado.
Câncer Relacionado ao Trabalho - É o câncer associado à exposição do trabalhador a agentes cancerígenos presentes nos processos e ambientes de trabalho. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2018, mais de 470 mil mortes foram atribuídas ao câncer relacionado ao trabalho, o que corresponde a 53% do total de mortes por doenças crônicas relacionadas ao ambiente ocupacional.
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