Com objetivo de discutir, trocar conhecimentos e experiências sobre as atualizações e avanços no campo da infecção e sepse, foi realizado nessa segunda-feira, 16, no Palácio Henrique de La Rocque, o I Fórum de Sepse. O evento, realizado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), contou com palestrantes reconhecidos pela vasta experiência prática e expertise na área.
A superintendente de Assistência à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Luciana Albuquerque, representou o secretário Tiago Fernandes, e ressaltou que este é um tema cada vez mais importante de ser discutido. “A SES tem essa sensibilidade, essa visão de buscar realmente desenvolver protocolos, ferramentas que busquem identificar precocemente e de maneira adequada esses agravos para que possamos oferecer um prognóstico melhor e salvar vidas”, frisou.
Voltado a profissionais de várias áreas da saúde que atuam nas unidades da rede estadual, e que são gerenciadas pela Emserh, o evento buscou ampliar o conhecimento técnico, mas, também, promover qualidade no manejo da sepse no estado. “Qualquer investimento em saúde pública vale a pena. Com o trabalho sério e dedicado das nossas equipes, vamos implantar com qualidade e eficiência o protocolo, reduzindo assim os óbitos e os custos. Dessa forma, vamos fazer uma saúde ainda melhor”, destacou o presidente da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares, Marcello Duailibe.
A palestra magna “Antibióticos: muito além da 1ª hora”, foi proferida pelo médico e presidente da Associação de Medicina Intensiva do Maranhão, Filipe Amado. Ele ressaltou que a rapidez para o início do tratamento é essencial para aumentar a sobrevida do paciente. "11 milhões de pessoas morrem no mundo todos os anos vítimas de sepse. No Brasil, esse número é de 240 mil óbitos, com uma taxa de mortalidade que chega a 56%, e o antibiótico entra como uma peça fundamental no tratamento. Se ele for administrado na primeira hora, pode mudar a realidade do paciente”, disse.
Como parte da programação, foi realizada a mesa redonda “A trajetória do paciente com sepse: um olhar multidisciplinar”. O médico gastroenterologista Márcio Miranda foi o moderador, e pontuou a importância da multidisciplinariedade no tratamento da sepse. “O protocolo não visa apenas o médico, temos participação de profissionais da enfermagem, farmácia e outras categorias que formam uma equipe multidisciplinar. Ela deve ser muito bem treinada, sintonizada para que a gente possa tratar o paciente da melhor forma possível”, afirmou.
Para encerrar a programação, foi realizada a palestra ‘Manejo da Sepse é responsabilidade de todos”. Assunto considerado de grande interesse dos profissionais de saúde, como frisa Daniel Moraes, diretor administrativo da UPA Paço do Lumiar. “É de extrema importância que os profissionais das unidades de saúde estejam sempre atentos aos primeiros sinais e sintomas que um paciente com sepse apresenta para atuarem prontamente. A Emserh está de parabéns por promover este fórum com palestras e debates muito interessantes”, salientou.
Lançamento protocolo Sepse
Na sexta-feira (13), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) lançou o Protocolo de Sepse, que, a princípio, será adotado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da região metropolitana de São Luís e posteriormente nas demais UPAs do Maranhão. O objetivo é ofertar um atendimento padronizado nas unidades, de modo que os profissionais reconheçam precocemente os sintomas da sepse e atuem rapidamente, aumentando o controle de infecções.
Sepse
A sepse é uma série de complicações causada por uma resposta inflamatória do organismo produzida por processo infeccioso. Também conhecida como infecção generalizada, é a maior causa de óbitos em UTIs no Brasil, responsável por 56% dos casos.
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