Usar máscara é uma prática que virou rotina para muita gente, mesmo após o período mais crítico da pandemia de covid-19
A enfermeira Thaís Mafrense (foto), que atua no município de Camocim (CE), por ser da área da saúde, já tinha conhecimento sobre a importância do uso da máscara e das demais práticas do protocolo de prevenção contra doenças respiratórias, antes mesmo da chegada do então “novo” coronavírus e do decreto da pandemia de covid-19, a partir de 2020.
“Mas o cenário me fez olhar além e valorizar ainda mais as ações de prevenção”, relembra. A profissional também percebeu que, após as medidas de controle adotadas no início da crise sanitária, houve uma queda significativa nos indicadores de outros vírus como os da influenza, por exemplo.
A percepção da profissional também embasa diversas pesquisas científicas, uma delas conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estudo, divulgado em junho de 2021, analisou diferentes tipos de máscaras, usadas por 28 pacientes com infecção confirmada pelo Sars-CoV-2, e constatou que a carga viral se concentrou apenas na camada interna do item de proteção, reforçando sua eficiência.
Passados os dias exaustivos vividos na linha de frente contra a doença e vivendo uma nova realidade epidemiológica, o hábito do uso da máscara ganhou ainda mais força e ultrapassou as paredes das unidades de saúde em que trabalha.
A profissional, que é mãe de duas crianças, tornou-se residente em Saúde da Família e Comunidade do Programa de Residência em Área Profissional da Saúde (Uniprofissional e Multiprofissional – Resmulti) da Escola de Saúde Pública do Ceará ESP/CE, autarquia vinculada à Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).
Proteger a família de possíveis contaminações é o que leva Mafrense a continuar seguindo com essa medida de segurança, que faz parte das recomendações da etiqueta respiratória.
O termo “etiqueta respiratória” já existia antes mesmo da pandemia da covid-19 ser uma emergência global. Trata-se de uma série de ações que pode reduzir os riscos de transmissão de doenças infecciosas por meio dos fluidos gerados enquanto conversamos, tossimos ou espirramos.
Dentre essas condutas de prevenção estão: utilizar máscaras cirúrgicas em caso de coriza ou tosse, higienizar as mãos com água e sabão ao longo do dia, além de cobrir boca e nariz com um lenço de papel ao tossir ou espirrar – fazendo o descarte do material imediatamente após o uso.
Segundo o consultor em infectologia da ESP/CE, Keny Colares, caso não tenha disponível papel descartável, o antebraço pode ser utilizado. “Quando você tosse e utiliza as mãos, isso é bom porque evita-se uma transmissão, mas agora suas mãos estão contaminadas e, naturalmente, você toca em outras pessoas. Então, o ideal é usar um papel descartável ou o antebraço, já que ali você não vai tocar em ninguém”, explica.
Para quem não está doente, os cuidados são os mesmos. Ainda segundo Colares, estamos numa época sazonal de viroses circulando. “Então, neste caso, vale a pena usar máscaras em locais mais fechados ou onde tenha muita aglomeração”.
Um dos itens fundamentais, para quem deseja permanecer com a saúde em dia, é a atualização da caderneta vacinal. “Estamos no meio de uma campanha e as pessoas precisam se imunizar, é uma forma eficaz para evitar uma contaminação”, complementa.
Mesmo com o fim da situação de emergência no estado em decorrência da pandemia de covid-19, as máscaras continuam sendo recomendadas em algumas situações, conforme último decreto sobre o assunto do Governo do Ceará, publicado no Diário Oficial:
– Pacientes com sintomas respiratórios ou positivos para covid-19 e seus acompanhantes;
– Pacientes que tiveram contato próximo com caso confirmado durante o período de transmissibilidade da doença (últimos dez dias);
– Profissionais que fazem a triagem de pacientes;
– Profissionais do serviço de saúde, visitantes e acompanhantes presentes nas áreas de internação de pacientes, como as enfermarias, os quartos, as unidades de terapia intensiva, as unidades de urgência e emergência, os corredores das áreas de internação etc;
– Situações em que houver a indicação do uso de máscara facial como equipamento de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde, em qualquer área do serviço de saúde.
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