Deputados afirmaram, em sessão solene nesta terça-feira (12), que o Brasil precisa aprofundar as políticas públicas de prevenção e tratamento da obesidade, principalmente entre as crianças e adolescentes. Na avaliação deles, é preciso enfrentar o estigma da doença com mais informação à população.
A sessão no Plenário da Câmara dos Deputados foi realizada para lembrar o Dia Mundial da Obesidade, celebrado em 4 de março. Essa data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os deputados Flávia Morais (PDT-GO), Dr. Zacharias Calil (União-GO), Laura Carneiro (PSD-RJ) e Sargento Portugal (Podemos-RJ) pediram a realização do debate.
Crianças e adolescentes
A deputada Flávia Morais lembrou que a obesidade e o sobrepeso podem atingir 50% das crianças e adolescentes brasileiros em 2035 se medidas não forem adotadas. A informação consta no Atlas Mundial da Obesidade de 2024, divulgado em março pela Federação Mundial de Obesidade.
Para a deputada, o assunto tem que ser discutido com urgência pela sociedade. “Precisamos conter esse crescimento. É necessário que o país reforce as ações de prevenção obesidade e promoção da saúde, mas também que garanta os direitos dessas crianças”, disse Morais.
Hábitos saudáveis
O deputado Dr. Zacharias Calil defendeu a promoção de hábitos saudáveis como forma de combater a obesidade infantil. “Qualquer supermercado, a hora que a gente vai no caixa, sabemos ali que as guloseimas estão todas ao nível da altura das crianças. Então, é muito importante a gente ter essa preocupação”, disse Calil.
O deputado Sargento Portugal propôs a ampliação do debate sobre o assunto na Câmara. “Algumas pautas passam em branco na Casa. Precisamos ampliar o debate para todos, para que cada vez mais consigamos atingir pessoas”, disse.
Estigma
Especialistas convidados para a sessão solene alertaram para a necessidade de descontruir o estigma sobre a obesidade. O presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), Bruno Halpern, afirmou que as pessoas ainda tendem a ver a doença como “um problema pessoal”.
“Enquanto vermos a obesidade como uma questão que cada um vai ter que resolver sozinho, os números só vão continuar crescendo”, disse. Halpern pediu políticas específicas para combater e prevenir a obesidade, como taxação diferencial de alimentos ultraprocessados.
Já o representante do Painel Brasileiro da Obesidade, Luis Fernando Villaça Meyer, lamentou a falta de informações sobre a doença mesmo entre os médicos. “A obesidade não está presente em boa parte dos currículos dos cursos de saúde”, afirmou.
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