A ressocialização de apenados por meio do trabalho é uma das mais significativas missões do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), para a reintegração da pessoa privada de liberdade à sociedade.
Estabelecido num ambiente similar ao da agricultura familiar, o espaço rural da Fazendinha está situado nos arredores do Complexo Penitenciário de Rio Branco e é destinado a atividades laborais, com o cultivo de hortaliças e gestão de granjas de aves, suínos e carneiros.
Acompanhados de escoltas e gestores do Iapen, os custodiados trabalham pela manhã e tarde. Com 50 vagas de trabalho no local, 37 presos desenvolvem atividades laborais. Eles são responsáveis por 32 estufas, com cultivo de verduras e legumes. Na avicultura há cerca de 600 frangos, 37 patos e 80 capotes; na parte dos suínos há 200 porcos, aproximadamente.
A horta e demais instalações estão no perímetro da unidade prisional e, após a contagem e fechamento de pacotes, os produtos estão prontos para a comercialização, sendo destinados para os mercados menores e feiras livres dos bairros Tucumã e Universitário.
Com a produção da Fazendinha, o Iapen, além de promover a ressocialização dos custodiados, gera recursos para a realização de pequenos ajustes prediais.Além disso, os servidores também podem adquirir os itens por preços abaixo do mercado.
Trabalhando no local há um ano, o reeducando J.A., relata: “Cuido dos patos, galinhas, capotes, gansos e isso tem me ajudado. Quando sair daqui, quero voltar a trabalhar e terminar o ensino médio. Fiz a prova do Encceja aqui, e agora falta redação e língua estrangeira para pegar meu certificado de ensino médio”.
Um dos reeducandos mais antigos da Fazendinha, F.S. se mostra satisfeito com a oportunidade. “Estou há quase três anos, e aqui não falta serviço pra gente, agradeço por essa chance de trabalhar; a gente faz o que pode para cumprir com nossas funções”, conta.
À frente da Fazendinha há quase três anos, o policial penal Adeládio Pinheiro destaca: “Aqui é um local onde o preso consegue ter uma noção da agricultura, e nós procuramos passar uma ideia de gestão, para que, na saída desse interno, ele possa entrar no mercado de trabalho e também desenvolver cultivos em seu ambiente”.
Adeládio destaca um resultado expressivo da iniciativa. “A maioria dos presos que passam pela Fazendinha não voltam a reincidir em delitos e, por isso, trabalhamos para aumentar as vagas, para que outros apenados também possam ter a oportunidade de ver outra perspectiva de vida, pelo trabalho”.
Mín. 18° Máx. 28°