Geral Maranhão
Suspeito de estupro registrado por câmeras de segurança em São Luís é identificado e preso
Prisão foi efetuada na noite de segunda (20), na região Itaqui-Bacanga. Homem tem 36 anos e trabalha como servente de pedreiro.
21/01/2025 15h08
Por: GIDEON CORREA Fonte: Secom Maranhão

O suspeito de ter estuprado uma mulher no último sábado (18) em São Luís, no Parque Atlântico, foi preso pela Polícia Civil do Maranhão, no fim da noite dessa segunda-feira (20), na Vila Dom Luís, na região do Itaqui-Bacanga. Ele tem 36 anos e atua como servente de pedreiro.

O crime, cometido em uma área de matagal da Rua Leme, paralela à Avenida Copacabana, foi registrado por câmeras de segurança da região. A vítima fez o reconhecimento do homem, que também confessou o estupro durante depoimento no Plantão Central da Delegacia da Mulher, localizado, no Jaracati.

Em entrevista coletiva, nesta terça-feira (21), o secretário da Segurança Pública, Maurício Martins, atribuiu a prisão ao trabalho integrado das forças de segurança. "Nós não toleramos nenhum tipo de crime, especialmente os crimes contra as mulheres. Por isso, a partir do momento em que tomamos conhecimento do fato, nós, de forma integrada – Polícia Civil, Polícia Militar, Inteligência e Perícia – passamos a trabalhar, a investigar no sentido de identificar, localizar e prender o criminoso”, pontuou.

Inicialmente, as forças de segurança solicitaram imagens de câmeras de videomonitoramento de imóveis próximos ao local do crime, com o intuito de identificar o possível autor. Desde a data dos fatos, a investigação prosseguiu de maneira ininterrupta, com diligências para localizar e capturar o suspeito. 

Após obter uma fotografia nítida de uma das câmeras, as equipes conseguiram identificar e qualificar o suspeito. A partir disso, diversas diligências foram realizadas até que, na Vila Dom Luís, na Rua da Mangueira, o investigado foi encontrado por uma equipe da Seccional Norte de Polícia Civil na casa de sua irmã. O homem não reagiu à abordagem, confessou o crime e afirmou que nunca havia cometido algo semelhante.

A afirmação feita pelo homem de que não cometeu o crime antes, no entanto, está sendo sendo verificada e ficará provada ou não no decorrer da investigação. Para isso, material genético coletado no exame realizado na vítima está sendo analisado e será cruzado o DNA com informações de um banco nacional que armazena informações de crimes sexuais.

Além do cruzamento de dados, com a ampla divulgação do perfil e prisão do suspeito, é possível que outras vítimas de crimes sexuais o reconheçam como sendo autor das agressões sofridas e procurem a polícia para denunciá-lo.

O delegado-geral da Polícia Civil, Manoel Almeida Neto, disse que a prisão do suspeito foi efetuada após árduo trabalho de análise de elementos colhidos pelas equipes. Inclusive, um retrato falado foi feito, avaliado pela vítima e considerado para a identificação do homem.

“Vários elementos foram coletados e analisados. A prisão foi resultado de todo esse processo que se iniciou no momento em que o fato foi registrado. O suspeito foi autuado ainda em flagrante porque ele estava sendo perseguido desde que o ato foi praticado”, declarou.

Ainda de acordo com o delegado-geral, além de efetuar a prisão, os policiais apreenderam a vestimenta que o suspeito utilizava no dia do crime, como mostraram as imagens das câmeras de segurança amplamente divulgadas: um bermuda jeans e uma camisa azul claro, assim como um relógio de cor branca.

Durante seu depoimento, o homem alegou que no momento do crime estava sob efeito de álcool, sem o uso de outras substâncias entorpecentes. Ele afirmou que, naquele dia, estava apenas esperando a chuva cessar para ir à praia, mas, ao avistar a vítima, sentiu um impulso de cometer o ato. 

O suspeito disse que se aproximou da mulher e a ameaçou, dizendo que, caso ela corresse, a mataria. No entanto, ele afirmou que não estava armado e usou a ameaça apenas para amedrontá-la.

O investigado disse que, após a vítima concordar em obedecer a suas ordens, a arrastou até um matagal. 

Ele confirmou que praticou o estupro. Após o crime, ele fugiu do local, com medo de represálias, e seguiu para o Terminal da Praia Grande, região central da cidade, onde pegou um ônibus para o seu destino. O investigado foi preso sem resistência e levado ao Plantão da Delegacia da Mulher e autuado. Além da confissão, a vítima foi chamada para fazer o reconhecimento.

Após a atuação e demais procedimentos legais, o homem foi levado para a Central Integrada de Inquéritos e Custódia da Comarca da Grande Ilha, onde permanecerá à disposição da Justiça.

Cuidados com a vítima

A delegada Kazumi Tanaka, coordenadora das Delegacias da Mulher no Maranhão, explicou que a vítima está recebendo todo o auxílio necessário. “Antes mesmo de ser levada para a delegacia para registrar a ocorrência, a vítima foi encaminhada para atendimento de saúde, a fim de que ela recebesse profilaxia relativa a vítimas de violência sexual. Somente após isso ela foi até o plantão, onde foi recebida e ouvida diretamente pela delegada plantonista”, frisou.

“Após a oitiva, ela foi encaminhada para tenha também a possibilidade fazer acompanhamento psicológico, uma vez que na estrutura da Casa da Mulher Brasileira nós temos o atendimento psicossocial, que possibilita que as mulheres em situação de violência tenham esse acompanhamento até que elas consigam superar e se libertar desses traumas que passou”, acrescentou a delegada Kazumi Tanaka.

"A colaboração da vítima, por meio da denúncia da violação sofrida, é essencial não apenas para garantir que o infrator seja responsabilizado pelo crime, mas, principalmente, para prevenir que ele volte a cometer tais atos", finalizou a coordenadora das Delegacias da Mulher no Maranhão.