O Governo do Pará dá um salto na preparação das Forças de Segurança para garantir a tranquilidade de turistas e participantes da COP 30, que ocorrerá em novembro deste ano, em Belém. O Corpo de Bombeiros Militar do Pará intensifica o treinamento de cães de raça para atuação em casos de desaparecimento em áreas de mata ou acidentes em locais de difícil acesso.
Em Altamira, no oeste paraense, o treinamento é feito em parceria com a Guarda Municipal há cerca de cinco meses. O local das atividades é um terreno particular com vegetação nativa, um ambiente natural em que podem ocorrer acidentes.
Subcomandante do 9° Grupamento Bombeiro Militar, o 1° tenente Ramon Sousa, explica o foco do curso. “O Governo do Estado está empenhado para melhorar todas as áreas da segurança pública e o Corpo de Bombeiros faz parte desse conjunto de estratégias que visa alcançar as metas e cumprir as exigências de eventos internacionais, como a COP 30".
Respostas rápidas- Por ser uma conferência que debate sobre o meio ambiente, muita gente vai querer ter contato direto com a natureza, indo a lugares mais distantes dos centros urbanos e, eventualmente, as pessoas se perder no meio da floresta, mas nós estaremos prontos para dar uma resposta rápida na solução dos casos”, destaca o 1° Tenente Ramon Sousa.
Um dos cães habilitados para esse trabalho é Barak, de 8 meses. Um pastor belga de Malinois, que faz jus à raça à qual pertence. Ele é um cachorro de porte atlético, ativo, funcional e inteligente.
No Corpo de Bombeiros, o Barak é especialista em buscas por varredura de área, quando não se tem um odor específico da vítima, como nos casos de acidentes que envolvam muitas pessoas, em situações com barcos, aviões, carros etc.
"Os treinamentos são intensos e longos, mas também curtos para que o animal entenda que um dia ele pode correr, dois a quatro quilômetros, e no outro, apenas 200 metros. Assim a gente ajuda com que ele não se frustre se não encontrar nada ou canse antes de achar o alvo", pontua o sargento bombeiro.
Outro grande case de sucesso no Quartel do Corpo de Bombeiros, em Altamira, é Meg, uma blue heeler, de 2 anos. É uma raça de pastor australiano, conforme o Corpo de Bombeiros, com muita energia, inteligência e fama por ser extremamente fiel ao seu dono. Atenta e dedicada ao trabalho de buscas, já auxiliou muitas missões e ajudou a desvendar casos policiais e a encontrar pessoas desaparecidas.
“Esse trabalho tem dado muito certo porque o Corpo de Bombeiros tem autonomia com viaturas e treinamentos, e o reflexo dessa ação integrada a gente vê nos resultados. Por exemplo, uma cadela do Corpo de Bombeiros já ajudou a salvar a vida de um senhor de idade que desapareceu em terra indígena e, em outro caso, ajudou a encontrar o corpo de uma criança morta. Uma situação que nos deixou comovidos pela fatalidade, mas felizes porque levamos alento à família da vítima que pode, então, se despedir e fazer o enterro do ente querido que estava desaparecido”, destaca o guarda municipal.
Com orelhas caídas e dobrinhas de pele ao redor do pescoço, Ayla, de 2 anos, se destaca pelo olfato apurado, característica que a torna especialista em encontrar objetos e pessoas somente pelo odor específico. Da raça Bloodhound, a cachorra da Defesa Civil Municipal está sendo treinada pela Guarda Municipal de Altamira.
Habilidades- Ayla chama a atenção pelo tamanho, beleza e sensibilidade a qualquer demonstração de carinho. Para fortalecer a habilidade olfativa, o treinamento dela é feito da seguinte forma: o odor de alguém, que pode ser encontrado em peças de roupa, chaves, sapatos ou munição, é colocado dentro de um saco plástico, que depois é levado até ela para que saiba o que precisa encontrar. A partir daí, Ayla percorrerá todo o trajeto que o alvo trilhou até encontrá-lo.
O treinamento para buscas e resgates em áreas de mata ocorre nos quartéis do Corpo de Bombeiros de Altamira, Santarém e Belém. O trabalho de buscas é feito por militares do Corpo de Bombeiros, com apoio da Guarda Municipal, e de outros parceiros da área da segurança pública. Quando há necessidade, os cães são usados para reforçar as ações policiais. Um cachorro equivale a 20 militares em ação, por causa do alcance olfativo do animal, além da agilidade e facilidade no deslocamento.