Foto: Ricardo Trida / Arquivo / SECOM
O câncer de pele é a neoplasia mais comum no Brasil, representando 33% de todos os diagnósticos da doença no país. Em Santa Catarina, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que sejam registrados mais de 15,5 mil novos casos em 2024, sendo 14.510 de carcinomas não melanoma e 1.040 de melanoma, mais raro e agressivo. Integrando as ações do Governo do Estado neste mês, o Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) realizará atividades de conscientização para pacientes, profissionais e público externo.
Em Florianópolis, a situação é preocupante: a cidade ocupa o terceiro lugar entre as capitais com maior incidência de câncer de pele não melanoma. Para 2025, estima-se o surgimento de 80 casos de melanoma e 2.460 de não melanoma na capital catarinense.
No Cepon, referência no tratamento oncológico em Santa Catarina, foram atendidos 452 pacientes com câncer de pele de janeiro a novembro de 2024. Esses números reforçam a importância do Dezembro Laranja, com as ações de conscientização.
“A prevenção é a melhor estratégia para evitar o câncer de pele e preservar a saúde da pele a longo prazo. Esta campanha é de suma importância para a saúde pública, especialmente em um país tropical como o Brasil, onde a intensa exposição ao sol afeta tanto trabalhadores rurais, como agricultores, quanto aqueles que realizam atividades de lazer ao ar livre”, explica a gerente Técnica do Cepon, Mary Anne Taves.
Medidas de proteção são importantes não apenas no verão, mas também na rotina diária, durante todo o ano. A dermatologista do Cepom, Vanessa Sebastiani, alerta para os fatores de risco. “A exposição solar excessiva, sem proteção, pode provocar alterações celulares, levando ao desenvolvimento do câncer de pele. Pessoas de pele clara, com muitas sardas ou pintas pelo corpo, idosos, aqueles que se expuseram muito ao sol e aqueles com histórico de câncer de pele na família estão mais propensos a desenvolver a doença. Por isso, é necessário ter atenção aos cuidados”, reforça.
Os cânceres de pele podem ser divididos em Não melanoma (Carcinoma Basocelular e Carcinoma Espinocelular) e Melanoma. Este último é o menos frequente dos cânceres da pele, porém possui alto índice de mortalidade. Apesar disso, as chances de cura são superiores a 90% quando detectado precocemente. “Eles geralmente se manifestam como uma mancha ou nodulação na pele, às vezes com dor ou coceira. Nos estágios iniciais, não costumam causar nenhum sintoma, mas, conforme vão crescendo, podem causar sangramento e infecções no paciente”, destaca Vanessa.
O tratamento varia conforme o tipo e estágio do câncer, podem ser realizadas cirurgias, que é o tratamento mais comum. Em casos avançados, podem ser usados radioterapia ou quimioterapia.
A prevenção continua sendo a melhor forma de combater o câncer de pele. O uso diário de protetor solar com fator de proteção (FPS) 30 ou superior, chapéus, roupas apropriadas e a busca por sombra durante o horário de maior incidência solar (entre 10h e 16h) são práticas essenciais. Além disso, consultas regulares com um dermatologista ajudam na detecção precoce de sinais de risco. A médica Vanessa Sebastiani alerta para os riscos do bronzeamento artificial, que aumenta em 75% a chance de câncer de pele.
Durante o mês de dezembro, o Cepon promove ações para conscientizar a população. No dia 10, às 10h, no anfiteatro da instituição, a dermatologista Elisangela Boeno ministrará uma palestra aberta ao público sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele. Além disso, conteúdos educativos serão compartilhados nas redes sociais da instituição.
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