Seminário de atualização para abordagem da assistência à pessoa vivendo com HIV abre Dezembro Vermelho na Sesa

O seminário reuniu profissionais de saúde, gestores e representantes da sociedade civil

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), por meio da Superintendência da Região de Fortaleza (SRFOR), realizou, nesta quarta-feira (4), o Seminário de Atualização para abordagem da assistência à pessoa vivendo com HIV. O evento ocorreu na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e abriu a programação do Dezembro Vermelho – mês de conscientização sobre HIV, aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Durante o encontro, foi apresentado o cenário epidemiológico do vírus e discutidas as inovações e perspectivas na abordagem do HIV no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). Também foram abordadas contribuições para práticas assistenciais nas maternidades e atualizações em transmissão vertical (quando o vírus passa da mãe para o filho), além de recursos tecnológicos para assistência a pacientes vivendo com HIV (PVH).

O seminário contou com a presença de gestores, profissionais saúde e representantes da sociedade civil. Compuseram a mesa de abertura o secretário executivo de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional, Lauro Vieira Perdigão; o superintendente da região de Fortaleza (SRFOR), Ícaro Tavares Borges; a coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep/Sevig), Ana Maria Peixoto Cabral Maia; e a representante do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas no Ceará, Maria Orleanda Gomes Alves.

Para Ícaro Borges, além de falar sobre o HIV, é necessário que profissionais da saúde se engajem para disseminar informações para a população. Ele destacou a relevância do seminário. “A gente só ganha como pessoa e como profissional quando a gente tem conhecimento daquilo que a gente fala”, pontuou o superintendente.

O evento abre a programação da campanha Dezembro Vermelho

De acordo com Ana Cabral, o maior desafio, atualmente, é a prevenção e a detecção precoce da presença do vírus antes do surgimento das complicações decorrentes do avanço da infecção. “Hoje a gente tem o monitoramento dos casos de HIV/aids no estado. É uma rede que precisa estar integrada para prestar assistência às pessoas vivendo com HIV. Acredito que o maior desafio hoje é a prevenção e, na detecção do HIV, evitar complicações da doença”, disse a coordenadora.

Maria Orleanda Gomes, que vive com HIV há 21 anos, afirma que ainda existem barreiras sociais para serem superadas. “A gente tem que falar que, depois de 43 anos da descoberta da aids, muita coisa evoluiu. Eu vivo há 21 anos com o HIV e descobri na minha primeira e única gestação. Arranjei um companheiro dentro do movimento que me dá suporte e que também é uma PVH há 30 anos. A gente tem sequelas, mas a pior delas é o preconceito, o estigma e a discriminação”.

Telessaúde

A coordenadora de Telessaúde da Sesa, Melissa Medeiros apresentou, no período da tarde, a palestra “Inovações e recursos tecnológicos para assistência a PVH: atualizações para a prática profissional”. Ela fez um balanço sobre a atividade do serviço de Telessaúde da Secretaria e da contribuição dos atendimentos para os pacientes com HIV.

Melissa Medeiros explica como o serviço de Telessaúde tem contribuído para o acesso a médicos especialistas em todo o estado

O serviço foi lançado oficialmente em abril deste ano. Hoje, já são quase três mil atendimentos, de 22 especialidades diferentes. “Dentro dessas especialidades, a gente tem a Infectologia, que faz atendimento junto com um profissional de saúde, médico, enfermeiro, psicólogo de uma unidade de saúde da gente de qualquer município, tanto atendimento de pacientes vivendo com HIV, como também hepatites e outras doenças infecciosas. Então isso foi um grande avanço, principalmente porque a gente sabe das distâncias, dificuldades, atendimento de um local para o outro”, explicou.

Dezembro Vermelho

No Brasil, o Dezembro Vermelho, campanha instituída pela lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional de educação e informação sobre o HIV, a aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas vivendo com o vírus.

A campanha é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais.

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