Pescadores da comunidade São João, em Ulianópolis, no Rio Capim, estão recebendo apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) para melhorar as condições sociais e tecnológicas de trabalho, com foco em segurança alimentar e nutricional e aumento de renda. As famílias também são de tradição de plantio de arroz, feijão, mandioca e milho.
Algumas das estratégias de atendimento pela Emater são o fortalecimento das organizações sociais, o acesso a políticas públicas, como crédito rural, sob a parceria com o Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Estado do Pará (Banpará), e a diversificação de atividades com o cultivo de malva, em cooperação com a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC).
Uma reunião na segunda-feira (4), na sede da Associação dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais do Assentamento São João (sem sigla), reforçou o diálogo institucional. A Associação representa 214 famílias as quais, no dia a dia, costumam pescar espécies como beré, mandi e piau no rio Anil e lagos adjacentes.
No encontro, a equipe da Emater realizou o pré-registro das famílias para o cadastro nacional da agricultura familiar (caf), documento que deve ser entregue até o fim do ano, prospectou demandas do cadastro ambiental rural (car) e explicou detalhes de participação nos mercados governamentais do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
“A intenção da Emater é somar, dar as mãos para avançar. Já estamos fazendo acontecer. Melhorar a pesca, por exemplo, é melhorar a renda e a alimentação, e isso significa mais qualidade de vida. É importante frisar que somos nós, da Emater, que fazemos caf, car, projetos de crédito rural - uma série de iniciativas que transformam o meio rural”, diz o chefe do escritório local da Emater em Ulianópolis, Fernando dos Reis, técnico em agropecuária.
Para o presidente da Associação, Luís Carlos dos Santos, de 38 anos, a Emater é presença dentro da Comunidade: “Ajuda muito, é um caminho grande pra gente conseguir nossos direitos, os benefícios, como aposentadoria rural, auxílio-maternidade rural. A questão do car, de a Emater emitir gratuitamente, pra gente é uma conquista, porque são esses documentos e esse acompanhamento que resultam em desenvolvimento sustentável”, considera.
Santos vive com a esposa, Maurina Dias, de 37 anos, e a filha do casal, Carla, de 15 anos, no Sítio A Preço de Lágrimas. O nome de batismo da propriedade homenageia o pai de Santos, Luís Soares, também uma liderança e primeiro presidente da Associação, falecido aos 59 anos, em 2018.
Além de pesca artesanal, arroz, feijão, mandioca e milho, a família cria galinha-caipira e porco. “Pescar, para mim, além de trazer alimento e possibilidade de lucro, é uma terapia, um relaxamento. Minha esposa é até mais viciada do que eu: por ela, iria todos os dias”, brinca.
Texto de Aline Miranda
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