A Secretaria de Estado da Saúde (SES) deu início, nesta semana, ao Curso de Inserção de Dispositivo Intra Uterino (DIU) no Sistema Único de Saúde (SUS) do Maranhão. O treinamento reuniu 20 profissionais enfermeiros de 6 maternidades estaduais na Escola de Saúde Pública (ESP-MA) para capacitação de 70 horas, sendo 50 horas de aulas práticas e 20 horas de aulas teóricas.
"A capacitação do corpo técnico das maternidades objetiva também que estes profissionais sejam multiplicadores e, com isso, levem conhecimento para os enfermeiros da Atenção Primária dos municípios. Além disso, também estamos possibilitando às mulheres maranhenses fazer o planejamento sexual e reprodutivo e o acesso a especialidades, contribuindo assim para a diminuição da mortalidade materno-infantil no nosso estado", disse o superintendente de Atenção Primária da SES, Willian Ferreira.
Participam do treinamento enfermeiros das Maternidades Nossa Senhora da Penha, de Alta Complexidade do Maranhão (MACMA), Benedito Leite, Paço do Lumiar, de Alto Risco de Imperatriz e de Colinas. Os participantes terão acesso a conteúdos como "Fundamentos Constitucionais do Planejamento Familiar", "Diretrizes Práticas: Resolução COFEN Nº 690/2022", "Abordagem Cuidadosa para Jovens e Adolescentes", "Protocolo de Inserção de Espéculo", entre outros.
"Toda a parte de legislação é embasada pelas diretrizes do Ministério da Saúde, bem como da Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde. O benefício para as mulheres é garantir o poder de decisão, da autonomia, e para o profissional é oportunizar conhecimento de forma que ele leve isso adiante e auxilie as paciente quanto ao momento exato para engravidar", afirmou a enfermeira e facilitadora do curso, Micaele Amorim.
O curso, em sua parte teórica, teve início nesta segunda-feira (4) e se estende até a quarta-feira (6). Para as aulas práticas, a SES dividiu os participantes em duas turmas, cada uma formada por 10 profissionais. As inserções do DIU serão feitas em 66 pacientes de unidades maternas da Rede Estadual de Saúde na Região Metropolitana, sendo a primeira turma no período de 7 a 14 de novembro, e a segunda, de 18 a 25 de novembro.
A Mhalba Janine da Costa, enfermeira obstetra e neonatologista na Maternidade de Alto Risco de Imperatriz (Mari), comentou que o curso serve como ferramenta que agrega conhecimento. "Aqui a gente estuda sobre as leis da aplicabilidade, e a gente tem uma interação com várias pessoas de diversos municípios, então isso agrega conhecimento e nos ajuda a entender como funciona o procedimento. Com a educação em saúde, no sentido da prevenção, você consegue empoderar uma mulher e dar o poder dessa decisão, do que ela vai fazer com o corpo dela".
Presente na capacitação, a coordenadora da Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma), Adriana Mota, comentou que o curso vai agregar também ao trabalho realizado junto aos povos indígenas e quilombolas. "É algo inovador e tudo que é inovador é desafiador. Através da Força Estadual, nós vamos ofertar esse serviço como eixo fortalecedor da Atenção Primária, capacitando os profissionais e assim reestruturando a saúde como referência para essas populações".
A coordenadora do Centro de Parto da Maternidade Benedito Leite, Mariana Barbosa Ferreira afirmou que o curso significa levar educação sobre reprodução sexual para as mulheres. "É mais liberdade para essa mulher, autonomia e segurança para que ela tenha tranquilidade e qualidade de vida, com métodos sem hormônio, pois estará sendo assistida pelo serviço único de saúde".
Após finalizadas as aulas teóricas e práticas, a SES irá dar início à próxima etapa do curso em 10 municípios estratégicos do Maranhão, no primeiro trimestre de 2025. O público alvo são profissionais enfermeiros que atuam na Atenção Primária e que serão treinados dentro das unidades estaduais para que sejam multiplicadores da expertise nos territórios.