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Unidade de AVC do HGF celebra 15 anos como referência internacional no tratamento agudo da doença
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma condição médica grave que ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido, resultando em dan...
22/10/2024 20h12
Por: GIDEON CORREA Fonte: Secom Ceará

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma condição médica grave que ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido, resultando em danos cerebrais. A patologia é a segunda principal causa de morte no mundo, aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS), ficando atrás apenas das doenças cardíacas.

No Ceará, a história do tratamento do AVC é diretamente ligada ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Há 15 anos, o equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) montava a primeira unidade de AVC agudo da rede pública do Estado. Com uma trajetória de avanços e hoje reconhecido internacionalmente como referência no tratamento agudo da doença, o núcleo dispõe de uma equipe multidisciplinar que visa um tratamento cada vez mais abrangente e humanizado.

No hospital, o paciente pode contar com atendimento especializado desde a porta da emergência, que funciona 24h com enfermeiros capacitados para identificar os sinais do AVC e encaminhá-lo com celeridade ao atendimento médico. Cerca de 2 mil pacientes são recebidos anualmente na fase aguda da doença, seja pela Emergência ou por meio de encaminhamento de outras unidades de saúde.

Quando o assunto é acidente vascular cerebral, o tempo é fator vital. “Atualmente, a janela do AVC — termo utilizado para definir o período crítico a partir do início dos sintomas durante o qual o tratamento médico pode ser mais eficaz — é de 4 horas e meia. Após esse tempo, é provável que o paciente tenha de lidar com sequelas mais debilitantes”, aponta a chefe do serviço de Neurologia do HGF, Fernanda Maia.

Foto: Reprodução/Secom Ceará

Na missão de garantir o atendimento na maior celeridade possível, além da equipe especializada na Emergência, o HGF conta com um Centro de Imagem que também funciona de forma ininterrupta para realização de exames e procedimentos essenciais para definição de diagnóstico e método de tratamento. “Nosso tempo de atendimento tem níveis de excelência dos melhores centros de tratamento do mundo”, garante Maia.

Tecnologia como aliada no tratamento do AVC

Com um dos parques tecnológicos de equipamentos hospitalares mais avançados do País, o HGF garante procedimentos com maior segurança e eficácia. Um dos destaques são os aparelhos de hemodinâmica, que permitem a realização da trombectomia mecânica (TM). O procedimento é um método avançado para tratamento de AVC isquêmico agudo que utiliza um cateter, por meio de punção na virilha, para localizar e retirar o trombo que oclui o vaso no cérebro. Por meio da TM, é possível estender a janela de tratamento para até 24 horas após o início dos sintomas.

A TM foi oficialmente incluída na tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023, após anos de pesquisas clínicas em centros de tratamento da doença. O HGF, que já conduz o procedimento desde 2016, foi um dos grandes protagonistas do estudo e hoje é uma das doze unidades aptas a receber recurso federal para a realização.

Como identificar o AVC

Waldenir Teixeira, de 51 anos, sofreu um AVC no último mês de agosto. Uma forte dor de cabeça e a falta de equilíbrio foram os primeiros sintomas. “Eu estava em casa quando uma dor de cabeça diferente apareceu. Tentei andar e não consegui fazer o caminho até o banheiro. Chamei logo minha esposa que me levou para o pronto-socorro”, relata o comerciante de Beberibe, a 79 Km de Fortaleza. “Logo que identificaram o AVC fui encaminhado para o HGF e tive uma rápida assistência. Acho que por isso não fiquei com sequelas”, completa.

O AVC pode ser de dois tipos: isquêmico ou hemorrágico. O primeiro, que acometeu Waldenir, ocorre quando há uma obstrução de um vaso sanguíneo que impede o fluxo de sangue para o cérebro. Já o segundo acontece quando um vaso sanguíneo se rompe e provocando sangramento. Apesar de terem características diferentes, os sintomas em geral são os mesmos.

Foto: Reprodução/Secom Ceará

“Os sinais mais comuns do AVC é quando o indivíduo perde a força em um dos membros ou começa a notar dificuldade de movimentar a boca de uma forma simétrica”, explica a neurologista. “Quando se nota qualquer situação como essa, indica-se buscar o mais rápido possível o atendimento e avaliação médica”, completa.

Na suspeita de um AVC, o paciente deve ser imediatamente encaminhado para o HGF ou unidade de saúde apta ao atendimento.

Prevenção ainda é o melhor remédio

Os fatores de risco mais comuns para o AVC são pressão alta, diabetes, colesterol alto, obesidade, problemas cardíacos e excesso de estresse. Pessoas que convivem com essas condições devem buscar manter hábitos de vida mais saudáveis e acompanhamento médico periódico. “Tratando adequadamente, é possível evitar até 90% dos casos de AVC”, ressalta o chefe da Unidade de AVC do HGF, Fabrício Lima.

Entre os principais hábitos indicados pelo especialista, está a prática de exercícios físicos de forma regular e a alimentação rica em frutas, verduras e grãos integrais. Em contrapartida, deve-se evitar alimentos ricos em sódio, gordura e ultraprocessados; tabagismo e uso abusivo de bebidas alcoólicas.