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Colégio estadual em Curitiba é exemplo da educação científica que transcende a sala de aula

Nas escolas estaduais o enfoque permite que os alunos apliquem conceitos científicos em situações reais. Uma das iniciativas é do Colégio Estadual...

16/10/2024 às 23h06
Por: GIDEON CORREA Fonte: Secom Paraná
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Foto: Lucas Fermin/SEED-PR
Foto: Lucas Fermin/SEED-PR

Os alunos da rede estadual de ensino do Paraná vivenciam diariamente a integração efetiva entre teoria e prática na rotina escolar quando o assunto é o componente curricular de Ciências, que abrange o ensino de Biologia, Física e Química. O enfoque técnico na área vai além da sala de aula, permitindo que os estudantes apliquem conceitos científicos em situações reais. Assim, eles desenvolvem habilidades fundamentais como o pensamento crítico, a experimentação e a resolução de problemas.

Neste contexto, iniciativas individuais, promovidas pelas escolas da rede estadual, desempenham papel fundamental, criando ambientes que incentivam a pesquisa e reforçando a importância das ciências como ferramenta para o desenvolvimento intelectual e social dos estudantes.

Essa é a proposta do programa Little Scientist, desenvolvido no Colégio Estadual Euzébio da Mota, em Curitiba. Lançado neste ano, o projeto destaca o talento, a criatividade e o domínio técnico dos alunos do Ensino Médio em áreas como experimentação, pesquisa científica e solução de questões ambientais. Esses ganhos se dão por meio da realização de projetos com potencial para gerar impacto positivo na sociedade. Participam da iniciativa 30 estudantes que já realizaram cerca de 12 projetos.

“Eles estão desenvolvendo projetos de pesquisa com impacto real, resolvendo problemas ambientais e aplicando o conhecimento científico em situações do dia a dia”, explica a professora Marlene Linz, uma das responsáveis pelo projeto. “Essa iniciativa tem sido essencial para o fortalecimento do pensamento crítico e da criatividade, mostrando que, quando incentivados, nossos alunos podem alcançar resultados extraordinários”, afirma a professora.

MINIFOGUETE PARA REFLORESTAMENTO - Desenvolvido pelas alunas Allana da Silva, 17 anos, e Katlyn Costa, 16 anos, ambas no 3º ano do ensino médio, o trabalho consiste na criação de um minifoguete, de baixo custo, para reflorestamento de áreas degradadas e de difícil acesso. “A relevância do projeto ganha destaque especial diante do período crítico de queimadas no Brasil em 2024. Dados oficiais apontaram que o mês de agosto deste ano foi o pior em número de queimadas dos últimos 14 anos”, pondera a professora Marlene.

O protótipo biodegradável, feito de papel, é recheado com sementes de árvores nativas da Mata Atlântica, como Jacarandá, Ipê-amarelo, Araçá, Aroeira, entre outros 50 tipos. Dentro do foguete há um paraquedas que é ativado após o lançamento, para que as sementes se espalhem devagar após a “explosão” do protótipo no ar. A ideia é que as sementes se espalhem por áreas de difícil acesso, viabilizando a germinação das espécies por onde as sementes caírem.

O foguete pode alcançar mais de 100 metros de altura e sua produção é de baixíssimo custo, entre R$ 50 e R$ 100. “Nosso projeto surgiu da vontade de fazer algo que realmente pudesse ajudar a combater a destruição das florestas e trazer soluções para um problema tão urgente como as queimadas. A criação do minifoguete para reflorestamento é uma forma de unir tecnologia e sustentabilidade, usando um método simples, de baixo custo, para alcançar áreas degradadas”, relatou Allana.

“Sabemos que a recuperação dessas regiões é um processo demorado, mas acreditamos que nosso protótipo pode acelerar esse processo, espalhando sementes de árvores nativas. Ver a possibilidade de um impacto tão positivo no meio ambiente nos motiva a continuar aperfeiçoando o projeto e buscando soluções que contribuam para o futuro do nosso planeta”, declara a aluna Katlyn Costa, integrante da equipe.

ESCAPE ROOM DE BIOLOGIA - Outro projeto audacioso foi desenvolvido pelas alunas Bianca Barbosa e Rafaela Rodrigues, ambas de 16 anos. Trata-se de uma ‘escape room’ (sala de fuga), na qual – para escaparem – os participantes precisam resolver enigmas e responder corretamente a questões relativas à ordem dos ofídios (cobras e serpentes). A atividade acontece numa sala de aula fechada, com equipes de quatro alunos que devem decifrar as pistas e os enigmas que envolvem os ofídios. O objetivo é chegar em um baú que permite a saída dos jogadores da sala. O enredo da aventura foi criado cuidadosamente.

A história do escape room começa após um biólogo chamado Erick desaparecer de seu escritório. Ele estava a ponto de identificar uma nova espécie, entretanto, o laboratório privado Xtechofídios realizava pesquisas genéticas em cobras nativas. Essa situação paralela foi percebida porque o amigo próximo, Dylan, ao procurar Erick em seu escritório, localizou sobre a mesa uma carta não concluída, mas que citava a empresa Xtechofídios.

Esse é o prólogo. "A partir disso, os jogadores seguem as pistas até decifrar toda a história e encontrar a carta final”, relata a aluna Bianca. “Escolhemos esse conteúdo porque era o que estávamos aprendendo em sala, então achamos que seria o ideal para o aprofundamento do tema. Além disso, quando se fala de ofídios, as pessoas tendem a ter uma visão limitada ou muito específica, quando, na verdade, o tema é bem mais amplo”, disse Rafaela.

ANTÁRTICA E RECONHECIMENTO INTERNACIONAL- Outro projeto que ganhou destaque em 2024 foi desenvolvido pelas alunas Larissa Barbosa e Sarah Carvalho, que tem como foco o estudo do continente Antártico e os impactos ambientais do seu derretimento. O objetivo é ampliar conhecimento científico sobre as mudanças climáticas em uma das regiões mais vulneráveis do planeta e também despertar a consciência coletiva, entre os estudantes, sobre a urgência de proteger o equilíbrio ambiental global.

Apresentado em forma de palestra, o trabalho de pesquisa já vinha sendo desenvolvido em paralelo há alguns anos pelo colégio, tendo rendido à instituição o ‘Selo Antártico Educacional’, coordenado pelo Centro de Investigação Gaia Antártica, da Universidad de Magallanes (UMAG), do Chile. O Selo conferiu ao colégio a condição de integrante da chamada “Rota do Iceberg”, iniciativa que fomenta a realização de atividades regulares voltadas à temática, como é o caso do trabalho das estudantes.

“Para a sociedade estamos levando conhecimento sobre o derretimento das geleiras e também sobre a extinção de espécies de animais e plantas. Estamos levando palestras para pessoas e também brincadeiras socioeducativas para que interajam de uma forma mais divertida e simples”, explica a estudante Larissa Barbosa.

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