Com o projeto Notifica, Informa e Doa, ações de sensibilização sobre doação de órgãos começaram neste mês de setembro em todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital e região metropolitana, da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O mês escolhido para dar o início à campanha é alusivo ao Setembro Verde, que trata da conscientização sobre a importância da doação de órgãos.
Os profissionais das unidades estão sendo orientados a comunicar os óbitos ocorridos nas unidades para que essas informações possam chegar com a maior brevidade possível a Central Estadual de Transplantes (CET). O QR Code está sendo disponibilizados nas unidades de saúde para agilizar esse processo e a informação chegar de forma mais célere.
“É uma oportunidade para conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e treinar também os profissionais de saúde no sentido de melhorar a identificação de potenciais doadores e, consequentemente, aumentar o número de doações. A doação de órgãos é uma forma de ajudar outras pessoas que estão sofrendo com problemas de saúde e que apresentam como solução o transplante”, frisou o presidente da Emserh, Marcello Duailibe.
O Gerente de Certificação e Ensino em Saúde da Emserh, Josafá Marins pontua que o projeto qualifica as notificações dos potenciais doadores de órgãos nas unidades. “Estamos fazendo neste primeiro momento esse movimento nas UPAs e esse trabalho deve ser expandido para os hospitais macrorregionais no interior do estado. Temos certeza que a partir deste projeto vai aumentar o número de doações, e consequentemente, mais vidas serão ajudadas”, disse.
“Nosso movimento é o da conscientização dentro das unidades sobre a importância da notificação, mostrar para todo o corpo de funcionários que essa informação é importante, não só para a assistência social e os médicos, mas que deve ser repassada por qualquer profissional a sua coordenação, garantindo assim que a central de transplante fique ciente daquele óbito o mais rápido possível”, frisou a supervisora do Ensino da Gerência de Certificação e Ensino em Saúde da Emserh, Virgínia Lopes.
A enfermeira da Central Estadual de Transplantes, Mara Moreira, esclareceu que processo de doação de órgão é feito com muita ética. “Nossa sensibilização não é só no setembro, ocorre durante todo o ano. Sensibilizamos os profissionais de saúde, mas também a população em geral. É importante e necessário que todos tenham essa informação. Nós temos uma fila de córnea, por exemplo, de 700 pessoas. Temos uma taxa de 70% de negativas familiares, mas isso está muito ligado a baixa notificação e não por ser um desejo da família, por isso esse trabalho de conscientização é importante”, reforçou.
Nos casos de morte por coração parado, podem ser doadas as córneas, na morte encefálica órgãos e tecidos podem ser doados. Um doador pode ajudar até nove vidas com órgãos, como com um coração, um fígado, dois pulmões, duas córneas, um pâncreas e dois rins.
As córneas do pai da Patrícia Costa foram doadas há 17 anos. Mesmo passado tanto tempo, a filha ainda lembra com emoção quando conversou com a mãe e ambas aceitaram doar as córneas do pai, após a confirmação da morte cerebral do pai. “Não foi uma decisão fácil, minha mãe não queria, mas eu conversei com ela até que aceitou. Isso representa a continuação, de alguma forma da vida do meu pai, ele falava que os olhos eram a janela para o mundo, e de certa forma isso é a representação da continuidade da vida do meu pai, é um gesto de amor. E eu já comuniquei à minha mãe que caso eu venha falecer quero também ser doadora, tudo pela continuidade da vida”, relatou a pedagoga.
O projeto Notifica, Informa e Doa é desenvolvido pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH) em todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital e região metropolitana, da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
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