Depressão, transtornos psicóticos, de humor, de personalidade, de ansiedade, alimentares ou mentais relacionados ao uso de álcool e de outras substâncias. Esses são alguns dos fatores psiquiátricos que podem levar uma pessoa a cometer suicídio. No entanto, a saúde em estado limitante, também pode contribuir para ideação suicida, sobretudo, quando o indivíduo está hospitalizado. É que condições como dor crônica, mudança de aparência, traumas, doenças neurológicas: epilepsias, parkinson, Huntington e trauma medular; tumores malignos, além de esclerose múltipla podem desencadear a vontade de tirar a sua própria vida.
Pensando em debater o tema de forma ampla, acessível e sem tabus, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, neste mês, realiza ações para desmistificar e acolher pacientes e seus acompanhantes. Nas ações, os profissionais percorrem os leitos com mensagem de vida e otimismo aos usuários em tratamento de saúde. “Como hospital, temos a missão de acompanhar as campanhas nacionais e internacionais que debatem temas de saúde. E o Setembro Amarelo não poderia ser diferente. Neste mês dedicado ao combate ao suicídio, é necessário, ampliar o tema, para que os tabus sejam desfeitos e quem está passando por esse processo encontre a ajuda necessária para continuar sua vida. Uma das formas é a comunicação. Verbalizar o que sente e recorrer aos profissionais, amigos, família, que são, de fato, a rede de apoio e de cuidado necessários neste momento”, frisou a coordenadora de Humanização do HPEG, Anny Segóvia.
Referência
Referência na Rede Estadual do Pará em atendimentos de traumas ortopédicos, a unidade atua como retaguarda para pacientes que necessitam de tratamento especializado em traumatologia, com a maior incidência de acidentes de trânsito, contabilizando cerca de 80% dos casos. Devido ao seu perfil, no HPEG é comum encontrar pessoas que adquiriram mudanças físicas e dificuldades de locomoção e fala provocadas pelos traumas.
O serviço abrange além de serviços médicos, uma equipe multiprofissional que atua no acompanhamento da internação desde a entrada até a alta hospitalar. A unidade, dessa forma, também mante um protocolo de suicídio, documento que explica desde as condutas a serem aplicadas pelos profissionais até mesmo as causas e os sinais comportamentais que indicam a ideação.
“O protocolo cria ações que minimizem o risco de suicídio no ambiente hospitalar. O paciente que apresenta risco de suicídio necessita de um atendimento e acompanhamento que contemple as especificidades do seu caso. Nesse sentido, as ações de proteção contemplam o envolvimento de equipe multiprofissional, indo de atendimentos individualizados a até abordagem clínico/medicamentosa, se necessário. Os sinais e sintomas sugestivos de risco de suicídio partem das equipes médicas e de enfermagem, sendo observados durante o período de internação”, detalhou Paula Jaredde, gerente assistencial do Galileu.
Por meio de contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), o hospital é gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia- ISSAA, organização social genuinamente paraense que tem como missão, a promoção da assistência à saúde pública, através de uma gestão inovadora, responsável e transparente, executando políticas de humanização e auxiliando na sistemática das relações sociais do Estado do Pará.
Texto de Roberta Paraense