Empreendedores de diferentes etnias indígenas da Região de Integração Xingu, no oeste do Pará, têm ampla participação no Festival Internacional do Chocolate e Cacau de Altamira. Além de expor peças artesanais confeccionadas com produtos da natureza, eles inovaram lançando chocolates, no evento realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Prefeitura de Altamira.
Entre os novos produtos estão os chocolates Karakum Paru (“arara da água) e Yudjá (denominação da etnia), desenvolvidos com o apoio do Projeto Belo Monte Comunidade, coordenado pela empresa Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, e Cacauway, marca da Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica (Coopatrans).
De acordo com a Norte Energia, que tem um espaço no festival, o lançamento é fruto do aprendizado obtido pelos produtores nas oficinas promovidas no âmbito do projeto.
Conhecimento- Outra participante do festival é Elinalva Juruna de Moura, da etnia Arara, da Volta Grande do Xingu. No estande da Norte Energia, ela expõe o chocolate Karakum Paru. Sobre a parceria com a Cacaway, ela informou que, pela primeira vez, visitou a fábrica de chocolate da marca, onde conheceu de perto todo o processo da amêndoa de cacau até o chocolate.
Para Elinalva Juruna, a participação no evento é inovadora e um momento de grande aprendizado. “Para nós, é importante saber que é um produto de alta qualidade, 100% natural, sem nenhum tipo de agrotóxico. Temos outros produtos, como a castanha-do-pará, que é muito vendável, e agora a gente está com a novidade do cacau. Tudo é novidade, mas acreditamos que vai dar muito certo”, disse a produtora.
“A gente não sabia que ele era tão valioso assim, e hoje estamos aqui, representando nosso cacau orgânico. Que a gente tenha mais conhecimento, que aprenda e possa ensinar com o nosso trabalho”, destacou Yakawilu Juruna, representante do chocolate Yudjá.
Segundo o gerente de Projetos de Sustentabilidade da Norte Energia, Thomás Sottili, "ações como essas, com o objetivo de construir um legado positivo, com o desenvolvimento socioeconômico para a região onde a Usina está inserida, são o propósito do trabalho que a gente desenvolve junto com as comunidades indígenas”.
Artesanato- As etnias indígenas também se destacam no Chocolat Xingu com a comercialização de acessórios, incluindo colares, pulseiras, brincos e bolsas. A arquiteta Carla Soares, em sua primeira visita ao festival, gostou tanto do que viu e experimentou que, além de comprar acessórios, fez a pintura indígena no braço. “Eu experimentei um dos chocolates lançados e achei uma delícia. Comprei umas pulseiras, e agora estou vendo se vou levar a bolsa. É tudo gostoso e muito lindo”, disse Carla Soares.
Noespaço do chocolate Esperança da Amazônia é possível adquirir cacau em pó, bombons de gengibre, barras de chocolate e outros produtos oriundos da agricultura familiar, além de peças artesanais e pintura indígena.“Estamos ofertando muita coisa boa, diversas delícias feitas por nós. Minha filha faz a pintura indígena. Ela fez um curso na zona rural, e agora exerce o que aprendeu”, contou a expositora Maraysa Santos Cordovil, da comunidade Juruna.
O "Chocolat Xingu" será realizado até este domingo (16), das 14h às 22h, no Centro de Eventos Vilmar Soares, no centro de Altamira. (Colaboração da Ascom/Norte Energia).