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Pesquisa da Epamig ILCT vai caracterizar os leites de cabra e ovelha produzidos em Minas Gerais
Objetivo é gerar soluções para a cadeia com base em informações do sistema produtivo e dados socioeconômicos que serão levantados ao longo do trabalho
05/04/2024 17h50
Por: GIDEON CORREA Fonte: Secom Minas Gerais

O Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), vinculado à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) , deu início a um projeto de pesquisa para a caracterização da composição dos leites de cabra e ovelha produzidos em Minas Gerais. O trabalho também tem o intuito de gerar um diagnóstico sobre a cadeia produtiva de ovinos e caprinos no estado.

Marcelo Ribeiro / Epamig ILCT

A pesquisa irá definir, por exemplo, os níveis médios de proteína, gordura e lactose, bem como as condições microbiológicas desses alimentos. “Vamos analisar também questões referentes à qualidade desses leites, como eles se comportam em determinadas condições e avaliar as tecnologias mais adequadas ao setor”, explica a professora-pesquisadora da Epamig ILCT, e coordenadora do projeto, Isis Renhe.

O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) / Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) , e se encontra na primeira etapa, que consiste em um levantamento estatístico do número de produtores de cabras e ovelhas do estado e envolve também o planejamento das visitas às propriedades rurais.

“Estamos estabelecendo qual será o nosso público e quantas propriedades iremos visitar para a coleta de amostras de leite, que passarão por análises físico-químicas e microbiológicas em nossos laboratórios”, acrescenta a professora.

Segundo ela, um formulário também está sendo desenvolvido para ser aplicado durante as visitas aos produtores selecionados como parceiros do projeto. “Faremos um levantamento de dados socioeconômicos sobre a cadeia em Minas, com informações sobre o volume de leite produzido em cada propriedade, raça e número de animais, destinação do leite, canais de venda, dentre outras”, detalha Isis. As visitas às propriedades estão previstas para serem iniciadas em agosto deste ano.

Demandas dos produtores por tecnologias e adequações para o setor

A ideia do projeto surgiu após uma conjunção de fatores, que culminaram em uma série de demandas feitas por produtores de caprinos e ovinos à Epamig ILCT em 2023. “A legislação para leite de cabra no país está desatualizada e atrelada a indicadores e referências internacionais, que muitas vezes não se aplicam à realidade brasileira e dificultam a produção. Além disso, não há legislação brasileira para leite de ovelhas”, conta Isis Renhe.

Ela destaca que os pecuaristas também demandam por novas tecnologias e equipamentos específicos voltados para a produção de leite não bovino e derivados, e que o Instituto é constantemente procurado por conta de seu pioneirismo, na década de 1990, no desenvolvimento de técnicas de secagem do leite de cabra.

Setor apresenta amplo potencial econômico para Minas Gerais

Segundo a professora, Minas Gerais é o maior produtor de leite de cabra e ovelha do Sudeste e possui centenas de produtores de leite caprino e ovino que atendem restaurantes e mercados especializados. “Temos uma cadeia tecnificada em Minas, com grande potencial para expansão e geração de renda. Trata-se de um público consumidor em busca de produtos diferenciados, com texturas e sabores específicos e alto valor agregado, o que pode fortalecer a gastronomia e o turismo rural no estado”, explica Isis.

A ideia é que o projeto envolva propriedades localizadas em diversas partes de Minas, para que os resultados gerados sejam os mais representativos possíveis e ofereçam um diagnóstico que leve em consideração as variações existentes entre as regiões mineiras. “É necessário que analisemos se as condições climáticas interferem na qualidade e na composição desses leites. A partir desse primeiro diagnóstico, vamos desdobrar o trabalho em novas pesquisas, futuramente, para otimizar cada vez mais a produção e a qualidade desses leites dentro das condições mineiras”, conclui a professora.