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Governo de Minas reforça candidatura do Queijo Minas como Patrimônio Cultural da Unesco

Em reunião com membros da Representação do Brasil, também foram discutidas questões sobre o Geoparque de Uberaba e iniciativas a respeito do Parque...

03/11/2023 às 14h25
Por: GIDEON CORREA Fonte: Secom Minas Gerais
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Matheus Fonseca / Vice-Governadoria
Matheus Fonseca / Vice-Governadoria
Matheus Fonseca / Vice-Governadoria
Matheus Fonseca / Vice-Governadoria

Para fortalecer a candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, o vice-governador Professor Mateus e o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais , Leônidas Oliveira, estiveram, nesta sexta-feira (3/11), em Paris, reunidos com membros da Representação do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Eles foram recebidos pela embaixadora Paula Alves de Souza, delegada permanente na interlocução com a Unesco, pelo conselheiro no setor de ciências Sérgio Benevides e pelo conselheiro do setor de cultura Bruno Miranda Zétola. 

Durante a reunião na capital da França, a embaixadora e o conselheiro do setor de cultura afirmaram que há sinalizações para um parecer positivo da Unesco. 

O reconhecimento dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco é uma importante ação de valorização e promoção do “saber-fazer” mineiro. A campanha visa preservar conhecimentos e técnicas na produção de queijo desenvolvidas ao longo dos últimos três séculos por pequenos produtores rurais de Minas Gerais. 

“A candidatura está muito bem encaminhada; foram dois anos de trabalho para chegar a este ponto. O registro vai nos dar condições de apresentar para o mundo inteiro o queijo Minas como mais que simplesmente um produto, mas como algo da cultura mineira e brasileira”, destacou o vice-governador de Minas, Professor Mateus.

“O ano de 2024 será muito especial para Minas Gerais no caso desse possível reconhecimento dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Isto se confirmando, este será, portanto, o primeiro produto da cultura alimentar do Brasil a ter esse título. Ganha nossa cultura e, sobretudo, ganha o turismo potencializando a economia da criatividade”, completou o secretário Leônidas Oliveira.

Secult / Divulgação
Secult / Divulgação

Já fazem parte, em nível nacional, por exemplo, o frevo e a roda de capoeira. O último alimento a ser incluído foi justamente a baguete, produto alimentar da França.

Produção em Minas

Segundo levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) , vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) , são 8.811 estabelecimentos destinados à produção dos diversos tipos de queijos artesanais no estado.

Neste grupo, o destaque é o Queijo Minas Artesanal. São 3.103 agroindústrias em Minas Gerais. A produção estimada é de 21,8 mil toneladas por ano, o que representa 65,2% da produção dos queijos artesanais das agroindústrias familiares.

Histórico

As articulações do Governo de Minas em torno do projeto com a Unesco começaram em setembro de 2022, durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro, em Belo Horizonte. 

Posteriormente, entre o fim de novembro e o início de dezembro, a Secult realizou  promoção da candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal na 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em Rabat, no Marrocos. 

Em março deste ano, um dossiê foi entregue ao secretário da Convenção do Patrimônio Imaterial da Unesco, Tim Curtis.

O processo de candidatura foi conduzido pelo Iphan, em articulação com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) ; as Secretarias de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa); a Emater-MG; a Rede Minas ; e a Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo).

Divulgação do resultado

O anúncio pela Unesco está previsto para ocorrer entre novembro e dezembro de 2024.

Com a garantia do título, as regiões produtoras devem se tornar ainda mais destinos culturais e turísticos do público mineiro, assim como de outros estados e outros países, garantindo desenvolvimento econômico e sociocultural. Isso porque, caso o título seja confirmado pela organização, a estimativa é que a cozinha mineira e a cultura brasileira ganharão mais evidência mundial, e a economia e o turismo do estado serão potencializados.

Atualmente, são dez os territórios reconhecidos: Entre Serras da Piedade e Caraça, Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro e Serras da Ibitipoca.

De 2019 até 2023, o Governo de Minas, por meio da Seapa e suas vinculadas, reconheceu dois tipos de queijos (Casca florida e Queijo Cozido) e elaborou dois Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade (Mantiqueira de Minas e Alagoa).

André Santos
André Santos

Aspirante Geoparque Uberaba

Também no encontro desta sexta-feira, Professor Mateus e Leônidas Oliveira ressaltaram a importância da candidatura do Aspirante Geoparque Uberaba – Terra de Gigantes, que almeja a inserção no rol de Geoparques Mundiais da Unesco. Os representantes do Governo de Minas também ouviram boas notícias a respeito dessa investidura e do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, como Patrimônio Ambiental da Humanidade.

Se aceito na lista, o Aspirante Geoparque Uberaba trará inúmeros benefícios ao município e a Minas Gerais, como a promoção do turismo sustentável, o fomento de pesquisas científicas em relação ao patrimônio geológico, a conscientização sobre a conservação e a valorização do patrimônio cultural e histórico, além do desenvolvimento da economia e do empreendedorismo locais.

A história da unidade remonta ao ano de 2014, quando o geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro identificou a cidade do Triângulo Mineiro como um parque ecológico em potencial, comprovando, a partir de sua tese de doutorado, que o município concentra uma diversidade de sítios paleontológicos associada a um elevado grau de conservação desses fósseis, de inúmeras e diferentes espécies, encontrados em um território que totaliza 4.523,957 quilômetros quadrados, dimensão semelhante à de outros geoparques europeus.

Somado ao rico patrimônio paleontológico, o Aspirante Geoparque Uberaba ainda conta com mais dois pilares: a espiritualidade, representada pelo médium Chico Xavier, e o gado Zebu.

Após várias pesquisas e reuniões com diversos órgãos, a Comissão Técnico-científica da Unesco, após análise do dossiê de candidatura, foi recebida, em julho deste ano, em Uberaba. Em setembro passado, durante a 10ª Conferência Internacional de Geoparques da organização, no Marrocos, o projeto foi recomendado como um Geoparque Mundial.

“É muito impressionante e, para mim, é um prazer ver o Brasil representado, aqui na Unesco, desta maneira tão completa, seja na gastronomia, seja em aspectos naturais do próprio país. Eu só tenho que felicitar Minas Gerais por toda essa qualidade que vem apresentando nos aspectos cultural, natural e na sua gastronomia”, comentou a embaixadora Paula Alves.

Missão internacional

As agendas oficiais do vice-governador na Europa começaram nessa quinta-feira (2/11). O primeiro compromisso foi na Embaixada do Brasil em Paris. Na oportunidade, o embaixador Ricardo Neiva Tavares deu as boas-vindas aos representantes do Governo de Minas Gerais, que cumpre agendas na França e na Inglaterra até a próxima terça-feira (7/11).

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