O olhar tranquilo de mestre Zeca Martins, que aos 71 anos dedica suas horas à produção manual de rabecas, violas e cavaquinhos, se transforma quando fala da construção da ponte que, a partir de meados do ano que vem, unirá o local onde mora, a Ilha dos Valadares, ao Centro de Paranaguá, no Litoral do Estado.
A construção, em andamento, diz ele, trará mais conforto para entrar e sair da Ilha, mais turistas e o aumento nas vendas da sua produção artesanal. “Uma ponte é um sonho de mais de 40 anos e vai mudar a vida de quem mora aqui. Vai nos levar a um novo futuro”, pondera.
A estrutura, em implantação, é resultado da liberação de R$ 14.411.230,65 do Governo do Estado, por meio da Secretaria das Cidades, via Programa de Transferência Voluntária, sistema que dispensa o município de devolver os recursos ao Tesouro do Estado.
De acordo com o secretário da pasta, Eduardo Pimentel, esse projeto é mais um exemplo da ação contínua da administração de Ratinho Junior em benefício da população. “Vai criar oportunidades, facilitar o transporte e o atendimento à saúde, e melhorar a vida dos moradores”, afirma.
O projeto prevê a construção da ponte, com 2.088 m² de área pavimentada, e a revitalização da atual passarela, de uso restrito a pedestres, ciclistas e motociclistas, com outros 1.140 m². O objetivo é prover a região de uma ligação que também permita a passagem de automóveis e veículos de carga, 24 horas por dia.
Atualmente, veículos de passageiros, vans e caminhonetes só podem usar a passarela existente nos períodos de maré baixa, quando a balsa que faz o trajeto, entre a região do Mercado Nilton Abel de Lima e a Ilha, não pode operar. Mesmo assim, a travessia é feita com um veículo por vez sobre a estrutura, o que gera longas filas nos dois lados.
Para ciclistas e motociclistas, a atual passarela traz uma facilidade – a travessia – e uma dificuldade: devido ao grande número de pedestres, a passagem deve ser feita a pé, empurrando o meio de transporte.
Para os motoristas que precisam entrar e sair da Ilha com frequência, a construção traz impactos financeiros e de tempo.Moradores podem fazer uma viagem de ida e volta por dia, pela balsa, sem pagar. No entanto, há a cobrança de R$ 6,00 a R$ 17,00, progressivamente, a partir da segunda travessia.
“Vai ficar mais barato para ir e vir. Além do gasto com a balsa, tem a rapidez também. Para os moradores, não tem nem como medir a facilidade que a ponte vai gerar”, avalia Antônio David, que trabalha com a venda de produtos variados para quem vive na Ilha dos Valadares.
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